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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


7 fatos sobre o AVC que talvez você não conheça e como prevenir-se

Imagem: iStock

De VivaBem, em São Paulo*

29/10/2020 11h00

Hoje, dia 29 de outubro, é o Dia Mundial do AVC (acidente vascular cerebral), sigla que muita gente teme, mas todo mundo já ouviu falar e conhece alguém que teve. O medo do AVC, também conhecido popularmente como derrame, se explica em números: a doença é a segunda maior causa de morte no Brasil e estima-se que, a cada seis segundos, uma pessoa morra por essa causa no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde).

Mesmo com o fácil acesso à informação via internet, muitas dúvidas ainda rondam a população. Veja abaixo 7 fatos sobre o AVC que devem ser amplamente difundidos para conscientização sobre a doença listados por Hélio Penna, médico especialista em emergência e presidente da Abramede (Associação Brasileira de Medicina de Emergência).

1) Existem dois tipos

O AVC pode ocorrer de duas formas: "Quando há a obstrução do vaso e interrupção do fluxo sanguíneo em uma área do cérebro, é conhecido como AVC isquêmico. Já quando ocorre um rompimento do vaso e extravasamento do sangue, temos um AVC hemorrágico", explica o especialista. Enquanto o primeiro representa a grande maioria dos casos, 84%; o segundo é mais raro, mas tem impactos mais complicados e um maior índice de morte.

2) É uma doença multifatorial

Não há uma causa definida para a ocorrência do AVC, mas, sim, vários fatores combinados: doenças do coração, sedentarismo, diabetes, pressão alta, tabagismo, colesterol descontrolado, gênero, história de doença vascular prévia, uso de anticoncepcional, abuso de álcool e drogas, entre muitos outros.

3) Ao primeiro sinal, procure ajuda médica

Os sintomas mais comuns são paralisia de um lado do corpo, dificuldade para falar, desequilíbrio, vertigem, alterações da visão e da sensibilidade. Se você estiver dentro de um dos fatores de risco e sentir algum desses sintomas, procure ajuda médica imediatamente.

O tempo é crucial quando se trata dessa doença: uma vez com o quadro instaurado, uma pessoa com AVC pode perder até 2 milhões de neurônios por minuto por falta de oxigenação.

4) AVC e covid-19 podem ter relação perigosa

Muitos fatores de risco para o desenvolvimento de um AVC são os mesmos para casos graves de infecção pelo coronavírus, tais como diabetes, tabagismo, obesidade e doenças cardiovasculares. Para além disso, há uma relação direta da covid-19 com o AVC.

"O coronavírus aumenta a coagulação do sangue e, consequentemente, a formação de trombos, que podem, eventualmente, causar AVC", revela o médico. O vírus também é responsável por instaurar um quadro de inflamação que pode descompensar condições —como as cardíacas e o diabetes— o que acaba aumentando as chances de um acidente vascular cerebral.

5) Algumas doenças do coração estão diretamente relacionadas aos casos de AVC

Pacientes com arritmias, como a fibrilação atrial, espécie de descompasso nos batimentos cardíacos, têm até cinco vezes mais chances de sofrer um AVC. No Brasil, cerca de 1,5 milhão de pessoas convivem com essa doença, que é responsável por 20% dos casos de AVC.

6) 90% dos casos poderiam ser evitados com prevenção

O uso de anticoagulantes, como parte do tratamento da fibrilação atrial, reduz em aproximadamente 60% a incidência de AVC nos pacientes. Estima-se que a extensão ampliada a outros fatores de risco poderia ampliar para até 90% a proteção para o AVC. "Isso inclui o tratamento correto e recorrente de arritmias, outras doenças cardíacas e do diabetes, além da redução do tabagismo, sedentarismo e estímulo de hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e atividade física regular", detalha Penna.

7) Menos de 30% dos pacientes chegam ao hospital em 3 horas

Do primeiro sinal de AVC ao início do atendimento de emergência, o paciente deve levar, no máximo, três horas para evitar sequelas mais graves e até a morte. Entretanto, apenas 22% conseguem atendimento médico dentro do período recomendado.

"Em tempos de pandemia, temos percebido que as pessoas tendem a postergar ainda mais uma ida ao hospital com medo do contágio, mas é imprescindível que se procure a emergência imediatamente ao perceber algum dos sinais", reitera o especialista.

Previna-se!

Obviamente, a melhor forma de driblar um derrame é evitar os fatores de risco modificáveis. "Mas você pode ter um AVC mesmo assim. Porém, é importante deixar claro que em cerca de 80% dos casos a pessoa poderia ter feito algo para mudar o desfecho. Você precisa fazer atividade física, controlar seu peso, gordura abdominal e a pressão arterial, reduzir o colesterol, não abusar do álcool, evitar o estresse, não fumar e fazer acompanhamento médico," diz Letícia Januzi, neurologista vascular do Hospital Universitário da Universidade Federal de Alagoas.

A neurologista vascular Andrea Almeida, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, afirma que controlar alguns fatores pode diminuir muito os casos. "Há um aumento de 50% a 54% no risco de AVC se você tem hipertensão. Então, veja o tamanho do benefício de você controlar sua pressão. O diabetes pode aumentar a probabilidade de AVC em 13%, o estresse em 23%. É necessário se cuidar," conclui.

É importante estar alerta e aprender a reconhecer os sinais precoces do AVC. Se houver rapidez no atendimento inicial, é possível utilizar um medicamento para dissolver o coágulo que obstrui a artéria cerebral causadora dos sintomas. "Desta forma, muitos pacientes têm uma boa recuperação neurológica com baixo índice de sequelas e boa qualidade de vida", comenta Caroline De Pietro Franco Zorzenon, neurologista do Hospital Sepaco (SP).

*Com informações de reportagem de 2018.

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