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Primeiro paciente curado do HIV morre de câncer nos Estados Unidos

Do VivaBem, em São Paulo

30/09/2020 08h20

Timothy Ray Brown, primeira pessoa conhecida a ser curada do HIV, morreu na tarde de ontem na Califórnia (EUA), vítima de câncer, aos 54 anos, informou seu parceiro nas redes sociais.

"É com grande tristeza que anuncio que Timothy faleceu esta tarde cercado por mim e amigos, após uma batalha de 5 meses contra a leucemia", disse Tim Hoeffgen, em um post no Facebook, segundo a agência Reuters. Ele disse que Brown era seu "herói" e "a pessoa mais doce do mundo".

Brown, que ficou conhecido como "paciente de Berlim", recebeu um transplante de um doador com resistência natural ao vírus da Aids há cerca de 12 anos.

"Devemos a Timothy e seu médico, Gero Huetter, uma grande gratidão por abrir a porta para os cientistas explorarem o conceito de que uma cura para o HIV é possível", disse Adeeba Kamarulzaman, presidente da Sociedade Internacional de Aids.

Em entrevista recente à agência de notícias Associated Press, Brown havia relatado o retorno do câncer de forma mais agressiva.

"Ainda estou feliz por tê-lo feito", disse sobre o transplante histórico. "Isso abriu portas que não existiam antes" e inspirou cientistas a trabalhar mais para encontrar uma cura, que muitos começaram a pensar que não era possível, comentou.

Brown foi diagnosticado com leucemia em 2006. Na época, o médico Gero Huetter, especialista em câncer sanguíneo da Universidade de Berlim, defendia que um transplante de medula era a melhor chance para que o paciente sobrevivesse e propôs utilizar o procedimento também para tentar curá-lo do HIV, com a participação de um doador com uma rara mutação genética que fornece resistência natural ao vírus da Aids.

Nesse tipo de procedimento, os médicos precisam destruir o sistema imunológico doente do paciente com quimioterapia e radiação, depois transplantar as células do doador e esperar que elas se desenvolvam em um novo sistema imunológico para o receptor. O primeiro transplante de Brown ocorreu em 2007, mas foi apenas parcialmente bem-sucedido, pois o vírus do HIV sumiu, mas a leucemia permaneceu.

Ele teve um segundo transplante do mesmo doador em março de 2008. Desde então, testou repetidamente negativo para HIV.

*Com informações de Estadão Conteúdo e Reuters