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Estudo: 10% de pacientes graves criam anticorpos que pioram covid

Funcionária de laboratório russo faz teste para anticorpos imunoglobulina G (IgC), que atuam contra o novo coronavírus - Sergey Nikolaev/NurPhoto via Getty Images
Funcionária de laboratório russo faz teste para anticorpos imunoglobulina G (IgC), que atuam contra o novo coronavírus Imagem: Sergey Nikolaev/NurPhoto via Getty Images

Do VivaBem, em São Paulo

25/09/2020 15h20

Praticamente um em cada dez pacientes graves com covid-19 produz um tipo de anticorpo que acaba agravando a infecção e pode piorar muito o seu estado de saúde. É o que concluiu um estudo internacional publicado ontem na revista científica Science. A conclusão ajuda a explicar porque algumas pessoas que não estão no grupo de risco da doença causada pelo novo coronavírus têm tanta dificuldade para superar a infecção.

A pesquisa analisou 987 pacientes com pneumonia que corriam risco de morte após serem contaminados pelo coronavírus. Destes, pelo menos 101 produziram um tipo de anticorpo que acaba por agravar a infecção em vez de ajudar a combatê-la. A produção acontece por uma característica genética.

Em outras 663 pessoas analisadas que permaneceram assintomáticas ou com sintomas leves quando contaminadas, o anticorpo não foi detectado. Ainda participaram do estudo mais 1.227 indivíduos saudáveis. Neles, apenas quatro possuíam o anticorpo.

Outro dado importante da análise corrobora os dados de que mais homens do que mulheres estão morrendo pela covid-19 no mundo. Nos 101 pacientes que apresentaram a produção do anticorpo, 95 deles eram homens. A idade destas pessoas analisadas variou entre 25 e 87 anos.

O anticorpo que pode se tornar o vilão na recuperação da covid-19 atua bloqueando uma proteína essencial para que o sistema imunológico reaja à infecção pelo coronavírus. Ou seja, em vez de buscar e combater o vírus, o anticorpo impede que a proteína avise o corpo sobre a contaminação.

O estudo conclui que a produção do anticorpo faz com que a "a balança penda a favor do vírus, resultando em doenças devastadoras, com respostas imunológicas inatas e adaptativas insuficientes".