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Crianças que tomam corticoides têm risco de ter diabetes e hipertensão

Criança medindo pressão - iStock
Criança medindo pressão Imagem: iStock

Bruna Alves

Do VivaBem, em São Paulo

20/09/2020 13h34

Um novo estudo americano realizado por pesquisadores da Rutgers University (Universidade Estadual de Nova Jérsey), e publicado no American Journal of Epidemiology, concluiu que crianças que tomam corticoides para tratar asma ou doenças autoimunes têm um risco maior de desenvolver diabetes, hipertensão e coágulos sanguíneos.

Esse é o primeiro estudo a quantificar essas complicações decorrentes dos corticiodes em crianças americanas de todo o país.

Como foi feito o estudo?

Foram examinados os registros de mais de 933.000 mil crianças de 1 a 18 anos com ou sem doenças autoimunes, como doença inflamatória intestinal, artrite juvenil ou psoríase.

Entre aquelas sem doenças autoimunes, cerca de duas em cada três crianças que receberam prescrições de corticoides tinham evidências de asma.

"As taxas de diabetes, pressão alta e coágulos sanguíneos de corticoides orais foram estudadas em grandes populações de adultos. No entanto, há razões para pensar que esses resultados podem ser diferentes em crianças, que não só tendem a tomar corticoides de forma diferente dos adultos, mas também têm riscos basais muito mais baixos de desenvolver essas mesmas condições cardiovasculares e metabólicas", disse o autor do estudo ao EurekAlert, Daniel Horton, professor assistente de pediatria e epidemiologia da Rutgers.

"Este estudo nos permitiu colocar números sobre a associação entre corticoides orais e complicações raras, mas potencialmente graves em crianças", completa.

Por fim, os pesquisadores descobriram que as crianças que estavam recebendo altas doses de corticoides tiveram complicações em taxas muito maiores do que as crianças que tomaram doses baixas ou que haviam tomado anteriormente. A hipertensão foi a doença que mais ocorreu com o tratamento a base de corticoides.

"Embora as crianças que recebem corticoides em altas doses tenham um risco substancialmente maior de desenvolver diabetes, pressão alta ou coágulos sanguíneos em relação às crianças que não tomam esses medicamentos, os riscos absolutos dessas complicações ainda são pequenos. A grande maioria das crianças fazendo cursos curtos de corticoides para doenças como asma, por exemplo, não terão essas complicações", disse Horton.