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Dia do Sexo: precisa transar todo dia para ser feliz? O que diz a ciência

PeopleImages/Getty Images
Imagem: PeopleImages/Getty Images

Do VivaBem, em São Paulo*

06/09/2020 09h57

Hoje é o Dia do Sexo e tem uma coisa que é quase unânime: todo mundo acha que a vida sexual do vizinho é melhor do que a própria. Ou talvez seja porque o Instagram mostre todo mundo feliz, satisfeito e apaixonado. No entanto, a ideia de que quanto mais sexo, melhor, não é corroborada por algumas pesquisas.

Um estudo, realizado pela Universidade de Toronto, no Canadá, revelou que o ideal é transar uma vez por semana.

Para chegar a esse resultado, os pesquisadores analisaram dados de 30 mil americanos, coletados durante mais de 40 anos, para estabelecer a relação ideal entre sexo e felicidade. O estudo também mostrou que fazer sexo mais do que uma vez por semana não estava relacionado, necessariamente, a uma percepção mais alta de felicidade.

Outra pesquisa, realizada na Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, concluiu que o ato sexual, sozinho, não é responsável por aumentar o nível de felicidade.

A pesquisa foi feita com 128 casais heterossexuais, de idades entre 35 e 65 anos, que foram divididos em dois grupos aleatórios. Um deles não recebeu qualquer instrução quanto à quantidade de vezes que poderia ou deveria fazer sexo. Ao segundo grupo, no entanto, foi pedido que dobrasse essa frequência.

Assim, o segundo grupo fez mais sexo do que o outro, no entanto, seus níveis de percepção de felicidade não foram mais altos comparados ao primeiro. Na verdade, até decaíram um pouco, levando os pesquisadores a acreditarem que a "obrigação" de transar o dobro de vezes pode ter roubado o desejo e a satisfação do casal.

Frequência deve atender ritmo e vontades do casal

A verdade é que não existe um número mágico de relações sexuais que garanta felicidade, mas, sim, o contrário: fazemos mais sexo quando estamos felizes.

"O mais importante é que a frequência esteja de acordo com o ritmo do casal, e que eles estejam alinhados, dispostos e que consigam aproveitar", diz Margareth dos Reis, psicoterapeuta sexual e de casais do Instituto H. Ellis e colaboradora no Ambulatório da Unidade de Medicina Sexual da FMABC (Faculdade de Medicina da Fundação do ABC), em São Paulo.

Além disso, muitas variáveis entram em jogo quando se fala em frequência sexual. Umas delas, por exemplo, é o tempo de relacionamento. No começo, costuma haver mais sexo, assim como é normal diminuir com o tempo —e isso não significa que o ato, necessariamente, fique insatisfatório.

"Ainda existem aqueles para quem o sexo é prioridade, tanto física quanto emocional. Para outros, não. Também interfere a qualidade da relação. Se uma mulher não tem orgasmos, por exemplo, ela pode perder o interesse. Então, não tem como instituir um número universal", diz Ana Canosa, terapeuta sexual e membro da diretoria da SBRASH (Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana).

"O que costumo recomendar é se perguntar por que você faz sexo com seu par. Enquanto a resposta for a de que você faz sexo para o seu prazer e intimidade emocional, está tudo bem", finaliza.

*Com informações de reportagem de 11/08/2018.