Sexo oral tem relação direta com infecção comum na vagina, diz estudo
Do VivaBem, em São Paulo
26/08/2020 10h03
Um estudo publicado ontem no jornal científico Plos Biology aponta mais uma causa externa possível da vaginose bacteriana, conhecida popularmente como VB. Após a recente descoberta que mostrou como micróbios do pênis podem ajudar a causar a infecção, a análise demonstrou que bactérias da boca transmitidas durante o sexo oral também podem contribuir para o desenvolvimento da VB.
A pesquisa analisou as consequências de uma bactéria comum na boca no desequilíbrio da flora vaginal, principal consequência do surgimento da vaginose, que chega a afetar 20% das mulheres no mundo.
Apesar de comum, a doença não pode ser subestimada porque aumenta a vulnerabilidade feminina a doenças sexualmente transmissíveis e infecções urinárias, podendo até contribuir para partos prematuros em grávidas.
Segundo o estudo publicado no jornal da Plos (Public Library of Science, ou Biblioteca Pública de Ciência em português), organização sem fins lucrativos com sede na Califórnia, uma bactéria da boca causou o crescimento de outras bactérias relacionadas à VB.
A bactéria em questão é a Fusobacterium nucleatum, normalmente associada a doenças da gengiva e placa dentária. Ela apresentou contribuição para o desenvolvimento da vaginose em testes feitos tanto em humanos como em ratos.
A VB tem como principal sintoma o corrimento e um forte odor que se assemelha ao cheiro de peixe. No entanto, a infecção pode ser facilmente confundida com a candidíase, que é causada por fungos.
As descobertas em relação às causas externas da doença podem ajudar no tratamento da vaginose, que comumente é ineficaz apenas com o uso de antibióticos. Atualmente, cerca de metade das mulheres curadas voltam a apresentar a VB pouco tempo depois.