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Saúde da mulher


Sangue de "mentira"? Ginecologista explica como pílula altera menstruação

Do VivaBem, em São Paulo

20/08/2020 15h00

No Conexão VivaBem desta quinta-feira (20), a ginecologista Mariane Nunes de Nadai disse como os contraceptivos hormonais alteram a menstruação.

Segundo ela, por definição, quem usa esses métodos não menstrua, e sim tem um sangramento por privação. "Na verdade, é a mesma coisa, a mulher tem um sangramento, só que, por definição, não chama menstruação", disse. Só menstrua quem não usa contraceptivo hormonal ou quem usa um DIU de cobre. "Qualquer outro método que a gente use faz com que aquele sangue não seja chamado de menstruação, é artificial. O mecanismo de descamação do endométrio, que é a camada que recobre o útero por dentro, é diferente, mas o sangramento é a mesma coisa".

A especialista também contou que o uso de hormônios pode fazer com que esse sangramento seja menor. Contraceptivos com uma combinação de progesterona e estrogênio promovem um discreto crescimento no endométrio. Quando há a pausa da cartela, ou seja, quando aquele suprimento hormonal é interrompido, ocorre o desprendimento do endométrio e, consequentemente, o sangramento.

Entretanto, alguns anticoncepcionais só de progesterona, por exemplo, podem não promover esse crescimento endometrial e quem faz seu uso pode ou não ter sangramentos esporádicos ao longo do tempo. DIU com hormônios ou implante subdérmico também podem ter esse sintoma.

Nadai disse que nenhum método contraceptivo hormonal garante que a pessoa fique sem menstruar. "Dependendo do método, há uma tendência maior à amenorreia, que é o nome que a gente dá para quando a pessoa fica sem menstruar. Mas nenhum deles garante que vai ficar sem".

Mas pessoas que sangram muito ou têm muita cólica podem se beneficiar de tomar de forma contínua a pílula, por exemplo, sem um malefício. "Muita gente fica pensando se isso não acumula dose de hormônio, se tomar contínuo vai ter mais risco do que tomar com pausa. Mas não há risco aumentado, não tem acúmulo de dose hormonal. A gente sabe que não acumula riscos e não acumula malefícios", disse.