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Juliana Didone: "Quando vegetariana, me sentia muito mais ativa e calma"

Do VivaBem, em São Paulo

12/08/2020 15h00

No Conexão VivaBem desta quarta-feira (12), a atriz Juliana Didone revelou que no período em que foi vegetariana, que durou sete anos, sentiu-se muito melhor. "Me senti uma pessoa muito mais ativa e calma. Eu acho que a gente absorve essas coisas que o bicho absorveu antes, essa energia da raiva, da agressividade. Me sinto muito mais plena, mais em zen e zero cansada quando estou em uma dieta sem carne, eu acho que a carne nos traz alguma coisa ruim", disse.

Apesar de ter um tom espiritual na sensação comentada por Didone, Marcella Garcez, médica nutróloga e diretora da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia), disse que há, sim, um impacto do processo digestivo nas emoções. "O intestino é chamado de segundo cérebro justamente porque é a região em que liberamos a maior quantidade de neurotransmissores ligados a questões de emocionais".

Segundo Garcez, quando se tem uma alimentação desequilibrada, há um impacto na microbiota intestinal, não só com as questões metabólicas, mas também com as de ordem emocional. "Para se ter uma ideia, hoje tem muita pesquisa sendo feita para a modulação da microbiota intestinal, por meio de probióticos e prebióticos, para o tratamento coadjuvante de doenças psiquiátricas".

Além disso, a nutróloga contou que as carnes, particularmente as vermelhas, são os alimentos de maior dificuldade digestiva e com maior impacto na microbiota e tempo de digestão. "Quando você deixa de comer essas cadeias de aminoácidos tão longas e em grande quantidade, você ganha um processo digestivo otimizado, melhorado, e a tendência é comer mais fibras, mais alimentos fontes inclusive de vitaminas e minerais".

Normalmente, proteínas de origem vegetal são de maior digestibilidade, mais fáceis de serem digeridas, e os alimentos que vêm junto com uma dieta vegetariana equilibrada são fontes de minerais e vitaminas. "Ao ser vegetariana, a tendência é a pessoa se sentir melhor, mais leve, mais disposta mesmo", disse Garcez.

Entretanto, se a opção é continuar comendo carnes, a sugestão é que seja de maneira equilibrada. "A gente vê pessoas comendo grandes quantidades de carne, isso, no mundo moderno, é algo que dificilmente consiga se manter por muito mais tempo, por conta de questões de impacto ambiental, de sustentabilidade. Essas escolhas vão ter que ser revistas pelas pessoas que querem viver bastante", disse a nutróloga.

Para quem deseja começar a reduzir esse consumo, Didone aconselha que seja feito aos poucos. "Para de comer um dia, depois dois, depois três, se sentiu feliz e acha que isso é melhor? Então vai se aprofundando, sai do vegetarianismo e vai para o veganismo, mas faça aos poucos", disse a atriz. "Se você comeu carne a vida inteira e decide agora, com 30, 40 ou 50 anos que quer mudar, que maneiro, eu acho muito incrível, mas tem que ser feito com cautela, não só para o seu corpo não sentir tanto impacto, mas também psicologicamente. Você vai ficar um mês superfocado e depois não vai querer mais. É uma atitude muito lúcida diminuir o consumo de carne, então tem que ser feito aos poucos".