Adversidade na infância pode ser fator de risco para doenças do coração
Vivenciar experiências emocionais adversas ou traumáticas na infância aumenta a probabilidade de adolescentes e adultos desenvolverem fatores de risco para doenças cardiovasculares.
Há algum tempo a ciência coleta evidências dos prejuízos físicos causados pelo estresse nos primeiros anos de vida. Segundo uma pesquisa da Northwestern Medicine, nos Estados Unidos, as pessoas expostas a altos níveis de adversidade na infância apresentam 50% de chances de desenvolver doenças cardiovasculares, como ataque cardíaco ou acidente vascular encefálico, na fase adulta.
Para Marcelo Sampaio, cardiologista e membro do Instituto Lado a Lado pela Vida, os problemas estruturais no ambiente familiar estão diretamente relacionados a condições e comportamentos que possam desencadear doenças cardiovasculares, como depressão, abuso de drogas, alcoolismo, violência e tabagismo. "Essa adversidade produz um efeito duradouro no bem-estar físico e mental das pessoas, que podem usar entorpecentes, bebidas alcoólicas ou nicotinas como um mecanismo de enfrentamento do problema e todos eles afetam a saúde do coração", explica.
No caso de violência e depressão, ambos provocam alterações hormonais que podem danificar os vasos sanguíneos e o coração. Outra válvula de escape é o consumo excessivo de alimentos, acarretando obesidade e, consequentemente, diabetes e problemas cardiovasculares.
Além dos transtornos sofridos no ambiente familiar, o cardiologista faz ainda um alerta para as implicações do estímulo da competitividade entre as crianças e a atual sociedade - com características de violência, insegurança e tristeza -, que têm favorecido a precocidade das doenças cardiovasculares.
Mas a genética é uma peça-chave para desencadear esses resultados e Sampaio faz uma comparação para explicar como a adversidade afeta o coração com a participação dos genes. "É como se a carga genética fosse a fechadura e a vivência, a chave. Então para desenvolver problemas cardiovasculares, é preciso abrir a porta, ou seja, que haja a interação entre o meio ambiente e os fatores genéticos", esclarece.
Para reduzir ou até mesmo evitar este tipo de cenário e os efeitos negativos no bem-estar da população, médicos têm apostado cada vez mais na saúde comportamental. Então para combater o problema é preciso equilibrar as partes psíquicas, social e física.
Para minimizar, portanto, os resultados negativos dessas experiências traumáticas, é importante canalizar o estresse e buscar passatempos que ajudem a trazer tranquilidade e prazer. Além dos hobbies, o cardápio para manter a boa saúde comportamental também inclui alimentação balanceada, atividades físicas, terapia, controle do estresse, medicamentos e participação em voluntariado.
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