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Entenda o que é a síndrome de Cushing, condição de Mariana Belém

Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram

Bruna Alves

Colaboração Vivabem

24/07/2020 19h11

Mariana Belém revelou em seu Instagram recentemente que está com a síndrome de Cushing, motivo pelo qual ela não conseguia permanecer com o mesmo peso e vivia no famoso "efeito sanfona".

Em entrevista ao site Notícias da TV, a filha de Fafá de Belém disse que nos últimos 10 anos passou por momentos muito difíceis, como a morte do irmão, da avó e chegou a ter um aborto. E, nesses períodos, ela notava que engordava ainda mais. No entanto, depois sempre tentava emagrecer novamente fazendo dietas.

"Toda vez que eu me propunha a fazer uma coisa restritiva, eu emagrecia. E era só comer uma coisinha a mais que eu engordava de novo e ficava presa àquele peso [de antes de ter emagrecido]. Eu ouvia muito das pessoas: 'Ah, é o efeito sanfona, não tem vergonha na cara'. Eu ouvia muito isso, até de médico", desabafa.

Embora tenha passado anos sem entender o motivo que a levava a engordar, Mariana comemora que, finalmente, descobriu qual é o problema. "O médico da minha mãe, que é acupunturista, falou que eu tenho um problema de cortisol muito alto. E o cortisol é o hormônio do estresse. O nível normal é dois e eu estava com vinte, mais ou menos, era um negócio absurdo. Então, o doutor Henry aprofundou o tratamento e descobriu a síndrome", detalhou.

A cantora e atriz afirmou que não houve milagre, apenas disciplina. "Fiquei muito aliviada e segui o tratamento à risca. O emagrecimento foi consequência. Cortisol, tireoide, equilíbrio hormonal. Tudo isso foi acontecendo. Ufa!", escreveu em uma rede social.

Mas afinal, o que é a síndrome de Cushing?

Para entender a síndrome de Cushing é preciso saber o que é o cortisol, conhecido como hormônio do estresse.

"O cortisol é um hormônio naturalmente produzido pela nossa suprarrenal. Ele possui diversas funções, desde a regulação da imunidade, controle da glicose no sangue, até preparar a pessoa para acordar de manhã. Ele funciona como a chave de um carro, dando partida no organismo, sendo liberado cerca de meia hora antes de acordarmos", explica Andressa Heimbecher Soares, endocrinologista, membro da SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - regional São Paulo).

A síndrome de Cushing ocorre quando a produção desse hormônio está desregulada. "Ela ocorre, na verdade, quando a gente identifica o excesso de cortisol no organismo da pessoa. E esse excesso de cortisol pode ser produzido pela própria pessoa, através das glândulas supras-renais, ou ele pode vir, inclusive, do uso de medicações que contenham derivados de cortisol, como por exemplo, os corticoides", descreve a especialista.

Portanto, há duas denominações para a síndrome de Cushing:

  • Endógena: na maior parte dos casos quando a suprarrenal produz o excesso de cortisol;
  • Exógena: quando a pessoa faz uso de excesso de cortisol em remédios.

Dentro da síndrome endógena é preciso identificar se ela é causada por um desequilíbrio na suprarrenal (glândula em cima dos rins), produzindo cortisol em excesso ou se há um desequilíbrio na hipófise (glândula que comanda a suprarrenal e outras glândulas).

Isso é importante definir porque, se a hipófise estiver alterada, ela pode produzir em excesso um hormônio chamado ACTH. Esse hormônio age na suprarrenal, podendo levar ao excesso de produção de cortisol, e nesse caso, não será mais apenas a síndrome de Cushing, mas sim, doença de Cushing.

"É quando a gente tem um tumor, geralmente, benigno na hipófise que produz a ACTH. É como se a gente pensasse que a doença de Cushing está dentro dos diagnósticos diferenciais da síndrome de Cushing", define Soares.

Quais são os sintomas da síndrome de Cushing?

Essa doença pode se apresentar de duas formas: casos mais leves, em que há pouca alteração dos níveis de cortisol, causando apenas um aumento da glicemia (alterando o quadro de quem tem diabetes ou causando pré-diabetes) e a dificuldade de perda de peso. Já pessoas com alterações grandes do hormônio podem apresentar:
  • Acúmulo de gordura na região abdominal, central e do pescoço;
  • Rosto mais gordo (chamado de moon face);
  • Estrias largas e de cor violeta no abdômen;
  • Dificuldade de perda de peso;
  • Hipertensão;
  • Cálculos renais;
  • Osteoporose;
  • Pré-diabetes;
  • Pele mais fina e propensa a feridas;
  • Alteração de glicose;
  • Mudanças nos cabelos, como fios aparentemente mais finos;
  • Fraqueza muscular;
  • Diminuição de resistência a infecções;
  • Distúrbios mentais.

Cushing tem cura?

Alguns casos têm cura, outros apenas tratamento. Se o problema for um tumor de suprarrenal e de hipófise é possível fazer uma cirurgia e a situação hormonal se normaliza.

Entretanto, se o problema estiver relacionado apenas a fabricação de cortisol, não há uma cura definitiva. Nesses casos, o paciente precisa tomar medicações que vão controlar a fabricação alterada do hormônio no corpo.