Topo

Conexão VivaBem

Equilíbrio


Tainá Muller explica vírus ao filho: "Falo que é gripe, mas não gripezinha"

Do VivaBem, em São Paulo

21/07/2020 15h00

No Conexão VivaBem desta terça-feira (21), a atriz Tainá Muller contou que é muito difícil explicar o momento da pandemia ao filho, que tem apenas quatro anos. Para ser mais elucidativa, ela disse que era uma gripe, mas não uma "gripezinha", referindo-se à forma como o presidente Jairo Bolsonaro (sem partido) tratou a doença.

"No início, eu falei 'Filho, a gente não pode ser na rua porque tem um vírus, tipo uma gripe, e por isso a gente não podia sair'. Disse que não era uma 'gripezinha', mas gripe era uma coisa que ele conhecia e rapidamente entendeu", disse, durante a conversa com o psiquiatra Jairo Bouer e o psicólogo Rossandro Klinjey.

O medo, entretanto, apareceu: "Teve um momento que eu acho que ele absorveu um pouco nossa angústia inicial e começou a chorar muito, falando 'Mamãe, não quero pegar 'glipe''. Aí eu expliquei para ele, disse que a gente estava se cuidando, que ele não ia pegar. Falei que ela não era perigosa para crianças, que pega mais no ar. Enfim, dei uma enrolada para tentar fazer com que ele se afastasse desse medo um pouco".

Tainá ainda contou que no dia anterior, antes de dormir, o filho disse que estava muito triste porque não pode encontrar com seus meus amigos. Segundo ela, é muito difícil tranquilizá-lo quando nem ela sabe quando tudo irá passar. "Parte o coração da gente. É uma coisa inédita, a gente nunca passou por isso. Eu acho que a nossa geração, bem ou mal, foi privilegiada até então. A humanidade passou por coisas inimagináveis para chegar até aqui, mas a gente passou por um período relativo de calmaria mundial. Então, eu não tenho instrumentos para dizer que já passei por isso e que isso passa. A gente não tem como dar uma previsão, que isso vai passar semana que vem", disse.

A atriz revelou que, por mais que ela mesma tenha medo, diz ao filho que um dia vai passar, que ele vai voltar a brincar com os amiguinhos, que a escola vai voltar e que pelo menos eles estão juntos. "Eu sempre abraço ele e falo pelo menos a gente está junto. Talvez seja inédito uma criança passar um ano, sei lá quanto tempo vai durar isso, sem contato com outras crianças numa fase tão fundamental. Me preocupa tudo isso".