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Equilíbrio


"É como se tivesse me preparado a vida inteira para isso", diz Tainá Muller

Do VivaBem, em São Paulo

21/07/2020 18h00

Tainá Muller revelou no Conexão VivaBem desta terça-feira (21) que sentiu uma espécie de preparação em sua vida para o momento atual. "Todas as minhas inquietudes existenciais parece que culminaram nesse momento. Alguma coisa dentro de mim me falou no início disso tudo que é como se eu tivesse me preparado a vida inteira para isso", disse.

A atriz já havia comentado algo do tipo em seu perfil no Instagram, em abril. No post, ela disse que em 2019, quando decidiu parar de fumar, resolveu preparar seu corpo e espírito, mas não sabia exatamente para quê. "Sensações apocalípticas tomavam conta de mim. Comecei a treinar pesado para uma personagem. Mudei a alimentação. Mergulhei na espiritualidade. Sentia um vento diferente. Havia alguma coisa no ar. Hoje tudo faz sentido. Quem mais aí estava sentindo?", questionou seus seguidores.

Sem esperança na humanidade

Na conversa com o psiquiatra Jairo Bouer e com o psicólogo Rossandro Klinjey, ela disse que no início da pandemia pensou que, de repente, a situação seria um salto de evolução e consciência para a humanidade. Mas após perceber que muita coisa continuava igual, desanimou. "Quando abriu o shopping e as pessoas foram desesperadas, fazendo fila na porta de uma loja, pondo a própria vida em risco para consumir, e a Amazônia pegando fogo e os indígenas morrendo. Eu, sinceramente, adoraria acreditar que essa é a grande oportunidade, mas pelas coisas que foram acontecendo, perdi a esperança".

Tainá citou o líder indígena Ailton Krenak, que disse que tende-se a uniformizar a humanidade, quando, na verdade, convivem neste planeta várias humanidades. "Tem uma humanidade que quer se transformar, que quer evoluir, que tem empatia, que quer continuar nesse planeta, que quer entrar em simbiose com a com o meio ambiente. E tem uma outra humanidade que eu chamo de suicida, que não se importa de ir para uma aglomeração e de repente morrer, que prefere ficar usando gasolina pelo resto da vida", disse ela. "Eu acho que, talvez, o maior conflito que a gente tenha atualmente é, na verdade, trazer uma consciência mais uniforme para essas várias consciências que estão coabitando o planeta, que são muito diferentes e têm desejos diferentes."

Mundo não é dos espertos

Klinjey concordou, mas disse que a humanidade nunca foi transformada porque a massa mudou. "Ela passou por transformações porque um grupo mudou e começou a impressionar essa massa", disse. Segundo ele, o mundo poderia ser dividido em três categorias. Os despertos são as pessoas que têm consciência ecológica, sentimento de coletividade, de responsabilidade para além do próprio ego. Existe uma multidão que dorme e, por fim, existe o grupo dos espertos. "Nosso objetivo seria que o grupo dos despertos aumentasse para que a gente diminuísse a força dos espertos e fazer uma tensão para puxar a massa para cá, é assim que começa o ponto de inflexão histórica". disse.

O psicólogo afirmou que algumas pessoas estão começando a se incomodar, mas que a mudança irá demorar. "Não vai ser assim, terminou a pandemia e todo mundo vai vir de mão dada em praça pública cantando Imagine, paz e amor. Tem pessoas que vão voltar tão egoístas e tão adormecidas emocionalmente como sempre foram. Mas, a cada crise, há um despertar de consciência coletiva a um pulo de desenvolvimento cultural, tecnológico", disse.