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Jovens também correm sérios riscos se tiverem covid-19, aponta estudo

Getty Images
Imagem: Getty Images

Bruna Alves

Colaboração VivaBem

17/07/2020 12h51

Um novo estudo publicado no início dessa semana no Journal of Adolescent Health, mostra que os jovens adultos são vulneráveis e também podem ter diversas complicações se contraírem a covid-19, diferente do que o imaginário popular vem supondo: que os jovens adultos não pegariam formas severas da doença.

Pesquisadores do estudo descobriram que um terço dos jovens americanos, entre 18 e 25 anos, apresentam fatores de risco para a doença, como o tabagismo. Em seguida vem asma, obesidade e distúrbios do sistema imunológico, como artrite reumatoide e lúpus.

Charles Irwin, pesquisador sênior do estudo, disse que a diferença entre os idosos que apresentam complicações relacionadas à covid-19 e os jovens está diminuindo. Isto é, os mais novos também estão apresentando complicações e precisando de atendimento médico.

Segundo o levantamento, as internações de pessoas entre 18 e 29 anos aumentaram muito nos últimos meses.

"Ainda é baixo, mas é um grande salto em um tempo relativamente curto", disse Irwin, professor da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

Como o estudo foi feito?

O estudo foi feito por meio de uma pesquisa de saúde do governo federal. Ao todo, foram avaliadas mais de 8.400 pessoas, com idades entre 18 e 25 anos.

O resultado mostrou que cerca de um terço dos jovens tinha pelo menos um fator de risco grave para a covid-19. Fumar, incluindo cigarros eletrônicos foi o mais prevalente deles. Quando o tabagismo foi retirado, apenas 16% do grupo de estudo foi considerado clinicamente vulnerável a ter uma infecção grave.

Qual o objetivo do estudo?

Mostrar aos jovens que eles também estão suscetíveis a ter sérios problemas de saúde, caso sejam infectados pelo coronavírus, e necessitar de uma internação hospitalar na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). Além disso, o estudo reforça que a covid-19 também pode deixar sequelas permanentes que vão muito além do pulmão.

Nesta semana, autoridades de um hospital do Texas, nos Estados Unidos, disseram que um paciente de 30 anos morreu após ser infectado em uma "festa covid" —onde jovens se reúnem para se expor propositadamente ao vírus.

Lawrence Kleinman, chefe da divisão de saúde da população, qualidade e ciência da implementação na Faculdade de Medicina Rutgers Robert Wood Johnson, disse que, durante a pandemia, os jovens podem exercer algum controle "não se rebelando", mas agindo para proteger a si e aos outros. Isso inclui lavar as mãos com frequência, manter distância física das pessoas com quem não convive e usar uma máscara em locais públicos.

Por fim, a ideia é desmistificar que a idade é o único fator de risco, porque não é, embora ainda seja um dos principais.