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"Passar a pandemia solteira é um grande aprendizado", diz Marcela Mc Gowan

Do VivaBem, em São Paulo

14/07/2020 10h30

Marcela Mc Gowan disse que ser solteira durante a pandemia do coronavírus tem sido um desafio e um aprendizado, durante o Conexão VivaBem desta terça-feira (14).

Na conversa com o psiquiatra Jairo Bouer, a médica ginecologista e obstetra e ex-participante do BBB20 disse que sempre foi inquieta quanto às suas relações amorosas. "Sempre tinha alguém ali disponível", disse. Agora, com o isolamento social, teve que lidar com o outro lado da moeda.

"Tem muitas dificuldades em lidar com a solitude, em ficar só. Parece que está faltando. Isso para mim, na pandemia, foi um grande aprendizado. Não está faltando nada. É muito interessante a gente ter esse momento de encarar que a solidão também pode ser interessante, Pode ser um bom momento", disse.

Marcela lembrou ainda que mergulhou de cabeça na reflexão sobre a vida após o reality show. Quando ela saiu do confinamento, o país estava em quarentena. "A 'carentena' pega em alguns momentos. Para mim, foi muito doido, porque eu passei por uma exposição muito grande no BBB, muda toda a vida. Ao mesmo tempo, todo mundo está passando por essa reinvenção pela pandemia. Essa reinvenção de quem sou eu, como eu lido com as minhas emoções, como eu lido com as minhas carências. Então foi bem confuso".

Segundo ela, a quarentena foi um momento importante, porque fazia muito tempo que não tinha que lidar com a "solteirice extrema". "Desde que eu saí do BBB20, é só por mensagens e conversas, mas nunca mais tive contato ou conheci ninguém".

Em frente ao espelho

André Lage, um dos fundadores do Soltos S.A., canal que explora como é ser solteiro em tempos de redes sociais, também participou do episódio desta terça e disse que a quarentena obrigou uma reflexão mais profunda sobre os sentimentos. "Acho que todo solteiro nesse período está sendo obrigado a encarar as angústias e os medos, a lidar com a própria companhia".

De acordo com ele, essa reflexão será benéfica para relacionamentos futuros. "Depois, talvez a gente se relacione com mais cuidado, não saia tão desesperado por aí. É igual ir ao supermercado com fome, para fazer compra. Não dá certo, a escolha não vai ser boa".

Lage ainda trouxe pesquisas que sustentam a teoria de que tem muitas pessoas reavaliando a forma como veem as relações. "A procura por advogadas de divórcios aumentou 177% durante a pandemia aqui no Brasil. O Happen, aplicativo de relacionamentos, fez uma pesquisa e 62% dos participantes disseram que eles estão mais propensos a procurar romance quando a pandemia acaba. Então, realmente, as pessoas estão repensando as escolhas", disse.

"Não aguento nem minha mãe"

Marcela concorda que muitos devem fazer esse questionamento sobre as relações no pós-pandemia, mas ela não se vê assim no momento. "Está difícil até de tolerar a minha família no dia a dia. Então não sei se eu queria estar num relacionamento, se eu teria essa energia agora, para essa troca tão íntima com alguém neste momento. Eu já fiz essa essa reflexão mais profunda e não estou aguentando nem minha mãe, imagine ter que pedir para alguém abaixar a tampa da privada", disse.

Lage também acha que esse pode ser um momento difícil para os casais. "A chance de você encontrar alguém bacana para poder conviver 24h, tendo que lavar privada, dividir cozinha e ainda transar, meu Deus, é dificílimo".

Entretanto, ele acha que todos os solteiros gostariam de poder pelo menos ter trocas de afeto. "A vida de solteiro não é exatamente ruim. A gente gosta de poder sair com pessoas. Muitas pessoas conseguem estabelecer relações de afeto mesmo sem o compromisso, uma coisa não invalida a outra. Mas quando você não pode ter nenhum contato físico, realmente, complicou para os solteiros".