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Médicos reimplantam com sucesso pênis de homem 23 h após ter sido cortado

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Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

05/07/2020 10h43

Cirurgiões no Reino Unido reimplantaram o pênis de um homem quase um dia após ter sido cortado e ficado sem sangue. Segundo o relatório feito pelos médicos e disponível no renomado periódico British Medical Journal, este é o tempo mais longo documentado na medicina em que o órgão ficou sem suprimento de sangue e ainda foi replantado com sucesso.

De acordo com o relato do caso, seis semanas após a operação, a uretra do jovem já estava funcionando novamente, assim como a sensação também retornara ao pênis. Graças às artérias e veias cuidadosamente reimplantadas, o paciente foi capaz de alcançar uma ereção completa.

"O sucesso deste caso, portanto, deve incentivar os cirurgiões a tentar o reimplante peniano, mesmo com tempo prolongado de isquemia [perda de suprimento sanguíneo], devido ao possível sucesso e aos possíveis efeitos físicos e psicossociais da perda de órgãos para o paciente", escrevem os cirurgiões dos hospitais universitários Birmingham NHS Foundation Trust.

O reimplante de pênis é raro —há apenas cem casos registrados na literatura médica. Infelizmente, o tratamento geralmente é adiado, pois poucos médicos estão familiarizados com o que fazer e a emergência não está bem documentada na literatura.

O caso britânico

O paciente do caso descrito no BMJ era um homem de 34 anos com histórico de esquizofrenia paranoide que havia tentado se matar durante um episódio psicótico.

Encontrado 15 horas depois, o paciente foi imediatamente levado ao hospital, onde foi ressuscitado e levado para a sala de operações.

Os principais vasos sanguíneos que correm ao longo da parte superior do pênis foram rapidamente identificados e considerados em boas condições de funcionamento; para ligar a veia de volta ao pênis foram necessários enxertos a partir de uma veia do braço.

Infelizmente, um dos principais nervos rompidos recuou muito para voltar a ser reconectado, mas os vasos reconectados devolveram o sangue ao tecido peniano.

"O fluxo arterial foi estabelecido mais de 8 horas após a chegada ao hospital devido às lesões concomitantes do paciente, tornando o tempo total de isquemia em 23 horas", diz o relatório do caso.

Histórico

No passado, quando os cirurgiões se deparavam com um caso de amputação peniana total, ressuturavam as estruturas sem reparar os vasos ou o nervo dorsal. Hoje, porém, sabe-se que isso pode levar a uma falha na recuperação sensorial e cicatrizes na uretra.

O reimplante microcirúrgico melhorou bastante, a ponto de muitos pacientes terem ereções novamente.

Os cuidados de acompanhamento também são extremamente importantes, uma vez que a grande maioria das automutilações genitais são amputações penianas. Ataques esquizofrênicos agudos são comumente associados, e há vários relatos de reimplantes microcirúrgicos de pênis entre esses pacientes em particular.