Estudo sugere que macacos expostos à covid-19 não têm reinfecções
Um estudo realizado por cientistas chineses e publicado hoje na revista Science indica que macacos que já tiveram contato com o coronavírus não apresentaram novas infecções da doença em um curto período de tempo.
A pesquisa ainda não oferece resultados para os humanos, porém indica que os resultados reunidos "fornecem informações detalhadas para pesquisas de vacinação, tratamento com soros convalescentes e prognóstico da covid-19".
Atualmente, os especialistas ainda não conseguiram comprovar se aqueles que já contraíram a doença correm o risco de novo contágio. O que a comunidade científica sabe é que anticorpos começam a aparecer no sangue entre 10 e 15 dias após o contágio.
Para o estudo foram utilizados macacos-rhesus expostos a uma infecção caracterizada por pneumonia intersticial e disseminação viral sistêmica, principalmente nos tratos respiratórios e gastrointestinal.
"Macacos-rhesus reinfectados com o mesmo tipo de vírus durante a fase inicial de recuperação da primeira infecção por covid-19 não mostraram disseminação, manifestações clínicas de doença viral ou alterações histopatológicas", apontaram os cientistas.
Segundo eles, houve uma melhora notável de "anticorpos neutralizantes e respostas imunes" no organismo ao compararem as imunidades humoral e celular — subdivisões da imunidade — entre a infecção primária e o novo contato 28 dias depois.
O estudo, então, sugere que a "exposição primária ao coronavírus protege contra subsequente reinfecção em macacos-rhesus".
Os cientistas apontam também que é necessário um intervalo maior — superior a seis meses — entre a primeira e a infecção seguinte para rastrear longitudinalmente a interação vírus-hospedeiro e elucidar o mecanismo de proteção contra a covid-19 em primatas.
Como foi feito o estudo
Foram usados sete macacos adultos (M0, M1, M2, M3, M4, M5 e M6) que pesavam entre 3 e 5 quilos. Quatro animais (M3 ao M6) foram infectados novamente quase um mês após o primeiro contato com o vírus.
Os macacos M1 e M2 não foram infectados novamente. Já o macaco que sobrou, o M0, teve o primeiro contato com a doença junto com a nova infecções do M3 ao M6.
"Para interpretar a disparidade entre cada infecção, realizamos uma comparação entre os aspectos clínicos, patológicos, virais e traços imunológicos que refletem de maneira abrangente a interação vírus-hospedeiro", descreveram os cientistas.
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