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Tenho sentido tremores na pálpebra. O que pode causar esse problema?

Daniel Navas

Colaboração para o VivaBem

02/06/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Esse tremos pode ser causado por cansaço extremo, estresse, exercícios físicos extenuantes e excesso de consumo de cafeína
  • Não é considerada uma doença, mesmo que o desconforto dure bastante tempo para passar
  • Uma boa noite de sono, alimentação equilibrada, atividades físicas regulares e redução de cafeína podem diminuir os espasmo
  • A toxina botulínica tipo A é o tratamento indicado quando o problema avança, mas em casos selecionados pelo médico

Chamado de mioquimia palpebral, normalmente, o tremor da pálpebra acontece em situações como cansaço extremo, estresse, exercícios físicos extenuantes e excesso de consumo de cafeína. Esses espasmos são, na verdade, contrações involuntárias que se espalham pelo músculo dos olhos, e tendem a ocorrer em um dos lados da face e são mais frequentes na pálpebra inferior.

Geralmente, a mioquimia não é considerada uma doença. Apenas causa um desconforto que pode acontecer um dia e passar rapidamente ou até demorar mais de um mês para sumir, mas mesmo assim, não tem necessidade de tratamento.

Por outro lado, para quem se sente desconfortável com esses espasmos, independentemente do espaço de tempo entre um tremor e outro, algumas dicas podem ajudar. Entre as principais medidas, estão:

  • Melhoria da qualidade de sono: tentar ir para cama mais cedo, evitar o uso de aparelhos eletrônicos, ou buscar a ajuda de um especialista;
  • Alimentação equilibrada em nutrientes;
  • Atividades para diminuir estresse (exercícios físicos regulares e sem excesso, meditação etc);
  • Reduzir o consumo de cafeína.

Em casos raros, os espasmos no olho podem evoluir ao atingir outros grupos musculares da face. Quando isso acontece, podem surgir transtornos de movimentos involuntários no rosto, como o blefarospasmo essencial, o espasmo hemifacial e a síndrome de Meige. Nesses casos, o tratamento mais indicado é o uso da toxina botulínica tipo A, que bloqueia o impulso nervoso na musculatura que está sofrendo com o problema, o que faz parar a contração. Além disso, a técnica também pode ser usada para diminuir a mioquimia, mas em casos selecionados pelo médico. Outro ponto importante é que a toxina botulínica deve ser realizada de tempos em tempos, já que tem efeito temporário.

Fontes: José Beniz, presidente do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia); Lísia Aoki, oftalmologista do HCFMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo); e Rita de Cássia Lima Obeid, oftalmologista do Hospital CEMA, em São Paulo.

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