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Vacinação contra gripe tem baixa adesão entre mães e crianças em São Paulo

Busca por vacina da gripe está baixa entre mães e crianças pequenas em SP - iStock
Busca por vacina da gripe está baixa entre mães e crianças pequenas em SP Imagem: iStock

Danielle Sanches

Do VivaBem, em São Paulo

18/05/2020 15h52

A última fase da campanha de vacinação contra a gripe no estado de São Paulo começou hoje, 18, com um alerta do governo estadual: o número de gestantes, puérperas e crianças menores de seis anos — grupo considerado de risco para a doença — que tomaram a vacina está abaixo do desejável, inferior a 20%.

O número é preocupante pois o vírus influenza (do qual o H1N1 é um subtipo) é conhecido por provocar complicações respiratórias graves justamente nesses indivíduos.

"Pedimos às famílias para zelarem pela imunização de seus pequenos, grávidas e às mães que deram à luz recentemente. Estão circulando doenças respiratórias, como a gripe e a covid-19, e toda medida preventiva é necessária. Ir ao posto rapidamente para se vacinar é um gesto de cuidado individual e coletivo", enfatiza a diretora de Imunização da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, Nubia Araújo.

Mesmo iniciando uma nova etapa da campanha (focada em adultos), os postos ainda irão aplicar as doses em pessoas de outros grupos que procurem o atendimento.

Por que é importante tomar a vacina?

Em tempos de pandemia do novo coronavírus, a vacina da gripe é importante para evitar que você se contamine com outro vírus potencialmente perigoso. "Isso vai evitar que duas epidemias aconteçam juntas e ainda facilitar o diagnóstico de quem desenvolver a covid-19, que possui sintomas semelhantes", afirma Raquel Muarrek, infectologista da Rede D'Or.

Segundo ela, existe também a possibilidade de que as duas infecções aconteçam juntas, já que o combate a um dos vírus direciona forças para essa batalha, enfraquecendo a resposta imunológica a outros patógenos caso eles entrem no corpo ao mesmo tempo.

Como funciona a vacina da gripe?

Seguindo a mesma lógica das outras vacinas, esta contém algumas proteínas do vírus inativado (no caso, o influenza e alguns subtipos, como o H1N1) que, ao entrarem em contato com as células do nosso corpo, provocam uma resposta imunológica, criando anticorpos para esse patógeno.

Se, no futuro, o vírus tentar infectar o organismo, essa defesa é reativada por meio da memória do sistema imunológico, eliminando a ameaça antes que ela provoque a doença.

A vacina da gripe causa gripe? Ela dá reação?

Não, a vacina da gripe não provoca a doença justamente por ser composta de um vírus inativado — ou seja, incapaz de provocar uma infecção no corpo.

No entanto, a vacina pode, sim, provocar algumas reações leves: de acordo com Isabella Ballalai, vice-presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) o mais comum é que o local da aplicação fique dolorido. Inchaço e vermelhidão também são comuns. Há ainda a possibilidade de febre baixa, especialmente em crianças pequenas. "Mas tudo isso deve desaparecer em até 48 horas", diz a especialista.

Sintomas gripais como febre alta, nariz entupido e dor no corpo não são sintomas de reação à vacina; nestes casos, é importante buscar ajuda médica.

Quais as recomendações para tomar a vacina de forma segura?

Ana Karolina Barreto Marinho, coordenadora do Departamento Científico de Imunização da ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia), afirma que as saídas de casa neste momento controlado devem ser feitas de forma organizada. "É preciso pensar em estratégias, como só levar acompanhante se necessário e evitar horários de pico", afirma.

Ela lembra ainda que as recomendações gerais de higiene continuam valendo: manter uma distância de pelo menos 1,5 metro das pessoas nas filas, manter as mãos sempre limpas com água e sabão ou álcool em gel e evitar encostar em maçanetas, botão de elevador e outras superfícies utilizando um lenço de papel.

Outra recomendação é evitar aglomerações, procurando escolher horários com menos movimentação de pessoas e também locais de aplicação ao ar livre, como pátio de escolas (quando for possível).

* com informações de reportagens publicadas em 20/03/2020 e 20/04/2020.