Endêmico: entenda o que é o possível próximo estágio do novo coronavírus
Nesta semana, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou que não é possível prever quando, e se, o novo coronavírus (Sars-CoV-2) vai desaparecer, afirmando ainda que ele pode se tornar endêmico —igual a outros vírus, como o HIV.
"É importante colocar isso sobre a mesa. Esse vírus pode se tornar mais um vírus endêmico em nossa comunidade E pode nunca desaparecer. O HIV nunca desapareceu. Encontramos as terapias e as pessoas não têm mais o mesmo medo", disse Mike Ryan, especialista em emergências da OMS durante entrevista. "Precisamos ser realistas", afirmou.
O especialista ainda lembra que a descoberta da vacina não significa um controle rápido da doença. "A ciência pode vir com uma vacina. Mas depois teremos de oferecer a imunização e as pessoas vão ter de aceitar tomá-la", afirmou. "Cada etapa desse processo tem desafios", disse. "Não há promessas, nem datas, pode ser um problema de longo prazo ou não", insistiu.
Mas o que significa "endêmico"?
Quando estamos em uma pandemia, os casos de uma doença aumentam de forma aguda em várias localidades do planeta. A endemia, no entanto, não está relacionada a uma questão quantitativa. Uma doença endêmica é aquela que se manifesta com frequência em determinadas regiões, geralmente provocada por circunstâncias ou causas locais. Ou seja, a população convive constantemente com a doença.
A infecção endêmica está presente em uma área permanentemente, o tempo todo, durante anos e anos" Rosalind Eggo, especialista acadêmica em doenças infecciosas da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres à BBC.
Segundo ela, um exemplo disso é a varicela que, em muitos países, tem casos registrados anualmente. Ou a malária, que em partes da África e do Brasil é uma infecção considerada endêmica. Por aqui, ainda consideramos endêmicas doenças como a dengue e a febre amarela, que provocam surtos em determinadas regiões todos os anos.
Surto, pandemia, endemia: quais as diferenças?
Antes, é preciso entender como funcionam os vírus. Esses microrganismos compostos apenas de uma cápsula protetora (geralmente de gordura) e material genético têm uma única razão de ser: encontrar um hospedeiro e se multiplicar.
Existem milhares de vírus que usam os humanos como hospedeiros, como o influenza (da gripe), o HIV (da Aids), o varicela-zoster (da catapora), e por aí vai. A evolução dessas contaminações e o aumento dos casos pode ser classificado assim:
Surto Quando há um aumento inesperado no número de infecções em uma região específica (como, por exemplo, um bairro).
Epidemia Quando os surtos começam a acontecer em várias localidades ao mesmo tempo, o problema é considerado uma epidemia; o quadro geralmente consiste em um pico no número de casos e depois uma diminuição neles.
Pandemia Se o vírus passa a ser transmitido entre países, a doença é considerada uma pandemia. É o caso do novo coronavírus, que começou como um surto em Wuhan, na China, mas cresceu ao ponto de se tornar um problema global.
Endemia Como já explicamos, ocorre quando uma doença se manifesta com frequência em determinadas regiões, geralmente provocada por circunstâncias ou causas locais.
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