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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Só isolamento e tratamento podem combater vulnerabilidade de cardiopatas

Portadores de cardiopatias devem aderir ao isolamento, mas sem deixar de lado lado o tratamento da doença - iStock
Portadores de cardiopatias devem aderir ao isolamento, mas sem deixar de lado lado o tratamento da doença Imagem: iStock

Jornal da USP

02/05/2020 10h45

Cardiopatias são as enfermidades mais verificadas entre os óbitos por coronavírus: 59%, segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo. Apesar de o dado ser de fato assustador, ele não chega a ser surpreendente, visto que "cardiopatas têm um risco maior, não só no coronavírus, como em qualquer infecção. Qualquer infecção viral pode causar inflamação nas artérias e desencadear um caso súbito de infarto", aponta o professor Roberto Kalil Filho, presidente do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP), em entrevista ao Jornal da USP. O áudio pode ser ouvido na íntegra clicando aqui.

Devido à predisposição, não só pacientes portadores de doenças cardiovasculares, mas também hipertensos e diabéticos, devem redobrar os cuidados neste momento. O professor retoma os principais indicativos de covid-19 e a importância de as pessoas, parte destes grupos de risco, procurarem assistência médica caso sejam diagnosticados: "Falta de ar, tosse com expectoração ou não, mudança do paladar, sintomas próprios de uma virose. Quando os sintomas ficam mais intensos, tem que procurar um posto, ligar para seu médico".

Baseada em números oficiais, a taxa de mortalidade por covid-19 é de aproximadamente 6%. Todavia, Kalil Filho relembra a comprovada subnotificação existente no Brasil e pontua que a maior parte dos infectados pelo coronavírus, independentemente de doenças preexistentes, se recuperam da moléstia: "Os pacientes que acompanho vêm se recuperando, agora, os mais graves, são internações mais prolongadas. O problema do coronavírus é que o paciente que é entubado em UTI fica muito tempo internado, o que obviamente diminui o número de leitos disponíveis".

Apesar do índice de sucesso no tratamento, diabéticos, hipertensos e portadores de cardiopatias devem seguir as recomendações médicas à risca, a fim de evitar qualquer tipo de complicação. Como aponta o professor Kalil Filho, são dois fatores importantes para a prevenção dentro desses grupos: "O isolamento e não deixar de cuidar da doença preexistente".