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Mulheres mais jovens e escolarizadas bebem mais, aponta pesquisa

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Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

26/04/2020 10h51

A prevalência do consumo abusivo de álcool, ou seja, cinco doses para homens e quatro doses para mulheres em uma única ocasião nos últimos 30 dias anteriores à pesquisa, em 2006 era de 15,7%, passando para 18,8% em 2019, um aumento de 20,5%.

Os dados fazem parte da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) Brasil 2019, levantamento divulgado na última semana pelo Ministério da Saúde.

No ano de 2019, o consumo foi maior entre as mulheres mais jovens (23% na faixa de 18 a 24 anos) e menor entre as mais velhas (2,1% em adultos com 65 anos ou mais); mulheres mais escolarizadas apresentam a maior prevalência: 18% para aquelas que possuem 12 anos ou mais de escolaridade e 5,6% para aquelas com até 8 anos de estudo.

No entanto, os dados mostram que entre os homens o consumo de álcool é maior: 25,3% contra 13,3% entre as mulheres.

A proporção de adultos fumantes reduziu de 15,7% em 2006 para 9,8% em 2019, uma diminuição de 37,6%. No ano de 2019, a prevalência de fumantes tendeu a ser menor nas faixas extremas de idade: entre adultos com 18 a 24 anos (7,9%) e adultos com 65 anos e mais (7,8%).

A prevalência do hábito de fumar diminuiu com o aumento da escolaridade, sendo naqueles com 12 anos e mais de escolaridade de 6,7%.

Doenças crônicas

A prevalência de diabetes passou de 5,5% em 2006 para 7,4% em 2019, um aumento de 34,5% no período. Em 2019, as mulheres apresentaram prevalências mais elevadas em relação aos homens, 7,8% e 7,1% respectivamente. Ainda, a prevalência de diabetes aumenta com a idade: em adultos com 65 anos ou mais de idade foi de 23% em 2019.

Com relação à hipertensão arterial, em 2006 a prevalência era de 22,6%, passando para 24,5% em 2019. As mulheres apresentaram maior prevalência (27,3%) da doença quando comparada aos homens (21,2%).

Os dados de 2019 mostram que a prevalência de hipertensão, assim como a de diabetes, também aumentou com a idade, chegando a acometer 59,3% dos adultos com 65 anos ou mais: 55,5% dos homens e 61,6% das mulheres.

É importante ressaltar que doenças como hipertensão e diabetes são bastante expressivas em termos de prevalência na população de maneira geral. A hipertensão, por exemplo, já acomete mais de 20% da população adulta (18 anos e mais) e esses valores são ainda maiores com o aumento da idade, presente em mais de 60% dos idosos com mais de 65 anos.

Balança x saúde

A prevalência de excesso de peso aumentou, considerando o período 2006-2019: passou de 42,6% em 2006 para 55,4% em 2019 —um aumento de 30%. Em 2019, o percentual de excesso de peso entre homens foi de 57,1% e entre mulheres, 53,9%.

O excesso de peso tende a aumentar com a idade: para os jovens de 18 a 24 anos, a prevalência foi de 30,1% e entre os adultos com 65 anos e mais, 59,8%; e a diminuir com a escolaridade: para as pessoas com até oito anos de escolaridade, a prevalência foi de 61% e entre aqueles com 12 anos ou mais, 52,2%).

Já a obesidade aumentou 72% desde o início do monitoramento, passando de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019.

Em 2019, a prevalência de obesidade entre mulheres foi de 21% e entre homens 19,5%. A obesidade também tende a aumentar com a idade: para os jovens de 18 a 24 anos, foi de 8,7% e entre os adultos com 65 anos e mais, 20,9%; e a diminuir com a escolaridade: para as pessoas com até oito anos de escolaridade, a prevalência foi de 24,2% e entre aqueles com 12 anos ou mais, 17,2%.

O excesso de peso já é uma realidade para mais de 50% da população adulta residente nas capitais brasileiras, sendo que, entre esses, mais de 20% são obesos, segundo o Ministério da Saúde.

Tanto o excesso de peso quanto a obesidade vêm aumentando em diversos países, o que pode ser explicado por mudanças comportamentais ocorridas em nossa sociedade nas últimas décadas, principalmente aquelas relacionadas à alimentação inadequada e ao sedentarismo.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), entre 1975 e 2016, a prevalência de obesidade quase triplicou no mundo todo.

Metodologia

O Vigitel é uma pesquisa telefônica realizada com maiores de 18 anos, nas 26 capitais e no Distrito Federal, sobre diversos assuntos relacionados à saúde. O objetivo é conhecer a situação de saúde da população para orientar ações e programas que reduzam a ocorrência e a gravidade de doenças, melhorando a saúde da população.

Em 2019, foram realizadas 52.443 entrevistas entre os meses de janeiro e dezembro com duração média de 12 minutos, variando entre 4 e 58 minutos. Foram avaliados os indicadores de hipertensão arterial e diabetes, excesso de peso e obesidade, consumo abusivo de álcool, fumantes, consumo alimentar e atividade física.

Foram entrevistadas pessoas residentes em domicílios com, pelo menos, uma linha de telefone fixo.