Topo

Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Hospital da UFMG realiza transplante de fígado em paciente com HIV

cirurgia, transplante - Getty Images
cirurgia, transplante Imagem: Getty Images

Da Agência Brasil

21/03/2020 16h06

Em um procedimento inédito no estado de Minas Gerais, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas realizou transplante de fígado em um paciente com o vírus do HIV (Imunodeficiência Humana). A cirurgia, conduzida pela equipe de transplante hepático, foi realizada com sucesso e o paciente já teve alta hospitalar e passa bem.

O homem, de 55 anos, morador de Belo Horizonte, além do HIV, é portador do vírus da Hepatite B, que resultou em uma cirrose e em um câncer no fígado. O transplante era o único tratamento possível para o seu caso.

Segundo o hospital, com o avanço da terapia antirretroviral, que melhorou a sobrevida de pessoas com HIV, a principal causa de morte em pacientes com o vírus passou a ser a doença hepática terminal. As hepatites causam lesões graves no fígado e, em muitos casos, o transplante é o único tratamento possível.

No caso do paciente, o transplante era contraindicado por causa do risco de infecções e da interação medicamentosa. "No entanto, nos últimos anos, com a modernização do tratamento para o HIV, isso deixou de ser uma contraindicação", afirmou o coordenador do grupo de transplante hepático do HC-UFMG, o cirurgião Leandro Amado.

O médico explicou ainda que, quando o paciente tem carga viral negativa, ou seja, quando é impossível detectar o vírus HIV nos exames, e os seus linfócitos, que são as células de defesa do organismo, estão com taxas próximas à normalidade, o transplante hepático é indicado.

"A cirurgia, do ponto de vista técnico, não muda. O desafio é o pós-transplante e a administração da medicação imunossupressora, essencial para transplantados, e controle do HIV", disse.

Com a realização do primeiro transplante hepático em uma pessoa com HIV, o Hospital das Clínicas da UFMG se torna referência para esse tipo de procedimento e amplia as possibilidades de tratamento de pacientes que têm o vírus e o diagnóstico de doença hepática terminal.

*Com informações da UFMG