Estudo brasileiro analisa processo inflamatório em células neurais
Resumo da notícia
- Cientistas brasileiros criaram células neurais chamadas de astrócitos em laboratório para entender melhor o processo de inflamação das mesmas
- Esse processo está presente em doenças neurodegenerativas como Alzheimer, Parkinson, esclerose múltipla e malformações congênitas causadas pelo Zika
- O modelo criado em laboratório é útil para entender melhor o que a inflamação causa nas células neurais
- O processo já era conhecido a partir de modelos animais, mas estes não conseguiram demonstrar toda a complexidade de funções do cérebro humano
Cientistas brasileiros publicaram um estudo em que analisaram um processo inflamatório em células neurais e que está presente em doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson.
A pesquisa, publicada no periódico Glia, foi liderada por um time de especialistas do IDOR (Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino) e envolveu profissionais da UFRS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e da UFF (Universidade Federal Fluminense).
A equipe analisou a inflamação que acontece em astrócitos células neurais importantes para o funcionamento do sistema nervoso e que, quando inflamadas, costumam indicar infecções no cérebro, além de serem indicativo de doenças neurodegenerativas — um processo chamado de astrogliose.
Embora pouco conhecida, essa inflamação está presente, além de Parkinson e Alzheimer, em problemas como esclerose múltipla e até em malformações congênitas como as provocadas pelo Zika vírus.
Como o estudo foi feito?
- Os cientistas reprogramaram células comuns coletadas de doadores para que elas se tornassem células-tronco pluripotentes; elas então foram estimuladas a se converterem em astrócitos;
- Durante esse processo, os cientistas colocaram as células em contato com uma proteína chamada da TNF, obtendo então um "mapa" da astrogliose feita em laboratório;
- Os resultados indicaram que a inflamação ocorre ainda na primeira hora e vai, gradualmente, prejudicando a função dos astrócitos ao longo do tempo.
- Um dos pontos observados é que os astrócitos acabam incapacitados de fazer a regulação de neurotransmissores, importantes para a relização das sinapses entre células neurais.
Por que isso é importante?
Embora a astrogliose seja bem documentada pela ciência, a maior parte dos estudos foi feita em modelos animais — o que ajuda a entender melhor os processos biológicos, mas não contribui para o entendimento do cérebro humano em toda a sua complexidade.
"Embora os testes em animais sejam importantes, eles não reproduzem alguns aspectos humanos, especialmente relacionados ao sistema imunológico", afirma Steve Rehen, coordenador de pesquisa e cientista da UFRJ e do IDOR. "É o caso do que acontece com as células gliais, incluindo astrócitos, que são responsáveis pela manutenção metabólica dos neurônios e seus impulsos nervosos", diz.
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