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Como Consegui

Histórias de quem mudou hábitos em busca de mais saúde


Após não conseguir subir rua sozinho, ele perdeu 45 kg em 9 meses

Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal

Giulia Granchi

Do VivaBem, em São Paulo

30/01/2020 04h00

Aos 17 anos, por sofrer com problemas de ansiedade e autoestima baixa, André Candido passou a comer compulsivamente. Com 113 kg e os exames clínicos demonstrando alterações perigosas, ele decidiu que era hora de mudar os hábitos. A seguir, o mineiro conta como conseguiu emagrecer:

"Quando eu era pequeno, tinha muita dificuldade para comer. Fui uma daquelas crianças que deixava a mãe preocupada em saber se o filho estava se alimentando o suficiente. Também era bem ativo. Até os 16 anos, jogava bola e estava sempre praticando algum esporte. Quando cheguei aos 17 anos, tive problemas de ansiedade e insegurança. Parei de me exercitar e passei a descontar as emoções em guloseimas. Meus hábitos acarretaram um ganho enorme de peso, que me acompanhou por boa parte da minha juventude.

Durante anos, minha alimentação tinha pouca qualidade. Só consumia frituras, salgados, massas, biscoitos, refrigerantes, tudo em grandes quantidades. Em um dia comum, chegava a comer uma coxinha, uma porção de batata frita e bebia pelo menos seis copos de refrigerante. Passava longe de frutas e verduras. Uma refeição saudável era raríssima.

Mesmo com os alertas da minha família, passei anos nesse ritmo descontrolado. Quando tirei a carta para pilotar moto, nem caminhada para lugares próximos eu fazia, o exercício era mínimo. O resultado foi avassalador: cheguei aos 113 kg com muita dificuldade para respirar, com a autoestima péssima e sempre desmotivado. Não gostava nem de sair casa por causa do peso, sentia vergonha e nunca tirava a camisa.

Certo dia, subindo a rua de minha casa com meu pai, tive que parar antes da metade do morro e disse a ele que não estava conseguindo andar mais. Ele ficou visivelmente triste com a situação e me deu forças para completar o trajeto, o que precisou de muito esforço.

André - antes e depois - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal

Na mesma semana, fiquei quatro dias sem conseguir dormir. Duas ou três horas após pegar no sono, era acordado por batimentos cardíacos disparados, uma sensação de que algo estava pressionando meu coração. Foi quase uma semana me revirando na cama sem conseguir descansar.

Admiti que tinha chegado ao extremo e que, se não tomasse uma atitude, meu organismo poderia sofrer consequências sérias. Incentivado por meus pais, procurei um médico e fiz os exames. Meu percentual de gordura estava altíssimo. Com o histórico de pressão alta e diabetes na família, decidi que mudaria radicalmente.

Em maio de 2017, aos 27 anos, comecei com caminhadas leves na rua e aos poucos fui mudando minha alimentação. Não contei com a ajuda de nutricionistas, mas fiz ajustes no cardápio que sabia que seriam benéficas, como eliminar frituras, diminuir os doces e acrescentar verduras e legumes ao prato. No segundo mês, já com uma alimentação bem mais saudável, me inscrevi em uma academia. Na época, não tinha muito conhecimento sobre os benefícios da musculação para o emagrecimento e apostava mais em aparelhos como esteira e bicicleta.

André - antes e depois - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal
Mês a mês ia notando as diferenças e comemorando cada quilo perdido. Eu me mantive focado porque sabia que meu objetivo, uma mudança completa de saúde e aparência, era difícil. Em cerca de 9 meses perdi 45 kg.

Quase dois anos após essa conquista, continuo praticando exercícios, hoje mais focado na musculação, e sigo uma alimentação saudável, sem restrições extremas. Não posso dizer que foi fácil, pois só quem passa ou passou por um processo de emagrecimento sabe que envolve questões muito complicadas, tanto fisicamente quanto emocionalmente.

Com esforço, dá, sim, para mudar de estilo de vida. É importante ter consciência de que não será da noite para o dia e que, por mais que essa decisão só caiba a quem realmente quer mudar os hábitos, é sempre bom ter por perto pessoas que o incentivam."

Hoje, subo o morro em menos de um minuto e não sinto nada. Meu pai, que me ajudou a completar o percurso há alguns anos, tem muito orgulho do meu progresso e conta minha história sempre que pode. Meu único arrependimento é não ter começado a mudar antes, porque um estilo de vida saudável só traz benefícios —minha disposição e minha autoestima melhoraram muito, além de ter passado por exames que demonstram que hoje tenho um corpo saudável.