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Equilíbrio

Cuidar da mente para uma vida mais harmônica


Inteligência emocional ajuda com várias situações do dia a dia, veja como

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Imagem: iStock

Diego Garcia

Colaboração para o VivaBem

24/01/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Saber gerenciar as emoções de maneira adequada ajuda a resolver problemas do dia a dia e conflitos interpessoais e regula o estresse
  • Inteligência emocional envolve autoconhecimento e habilidades básicas como reconhecer e saber nomear as próprias emoções
  • Muitas vezes é necessária a ajuda de um psicoterapeuta para ajudar no descobrimento de si mesmo e no reconhecimento das emoções

Existem situações na vida em que a maneira como reagimos muda positivamente o cenário ou piora ainda mais. Saber gerenciar essas emoções em relação a si mesmo e aos outros ao nosso redor é o que chamamos de inteligência emocional.

Segundo Victor Bigelli de Carvalho, psiquiatra colaborador do IPq do HC-FMUSP (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), ter inteligência emocional envolve algumas habilidades básicas como reconhecer e saber nomear as próprias emoções (medo, tristeza, alegria, ansiedade, frustração, entre outras) e gerenciá-las de maneira adequada a fim de resolver problemas do dia a dia e conflitos interpessoais, além de regular o estresse a que somos submetidos.

Na vida prática, saber lidar com as emoções podem ser úteis em várias situações. Veja como a inteligência emocional pode ser útil em diferentes situações e ambientes:

1. Relações afetivas

Queremos ser amados e aceitos por quem somos e fazer uma conexão real com alguém. Muitas vezes, porém, projetamos nossas expectativas, medos e vazios no outro, com a esperança de que ser desejado resolva todos os nossos problemas.

Como lidar: Nesse caso, saber quem você é faz você escolher uma relação mais saudável. Saber e reconhecer suas expectativas, medos e vazios faz com que você possa dialogar com a pessoa amada sem sentimentos de frustração, ciúme ou irritação inadequados. Ter inteligência emocional numa relação afetiva ajuda a desenvolver o diálogo e a sustentar um vínculo saudável.

2. Trabalho

No ambiente de trabalho a situação é semelhante: saber quem você é ajuda a optar por carreira e postos de trabalho mais certos. Por mais óbvio que pareça, não é possível ser feliz escolhendo o que você não quer ou o que não tem nada a ver com você.

Como lidar: ao longo da jornada de trabalho, em termos mais pragmáticos, a inteligência emocional ajuda você a priorizar e focar nas tarefas que são importantes, auxilia na regulação do estresse (não ficar irritado desnecessariamente, não se frustrar com uma crítica e sim aprender com ela, etc.). Além disso, contribui para a motivação pessoal e o engajamento dos outros na equipe de trabalho.

3. Relações familiares

"Como pais sem inteligência emocional podem educar seus filhos? Não é possível", esclarece o Carvalho. Segundo o psiquiatra, as crianças aprendem com pais e se espelham neles. Falar pausada e tranquilamente com os filhos é fundamental para que se desenvolvam de forma saudável. Por outro lado, violências como gritar, discutir entre adultos com xingamentos na frente de uma criança, podem deixar marcas negativas e traumáticas em seus filhos.

Como lidar: um casal que tem habilidade emocional deixa atitudes instintivas e agressivas de lado para preservar seus filhos e educá-los da melhor forma possível.

Em todas as situações acima ter inteligência emocional implica em reconhecer sem julgamento de valor o problema e aceitá-lo como real. Para desenvolvê-la, o mindfulness, por exemplo, pode ajudar, já que a técnica têm entre seus pilares respirar profundamente e ter empatia consigo mesmo.

É importante informar que inteligência emocional não é uma atitude automática. Até mesmo do ponto de vista biológico, quando se fala de inteligência e regulação das emoções, é necessário que usemos o córtex pré-frontal do cérebro. "Essa região da mente nos dá consciência de nossos atos, gera aprendizado e cria nossos hábitos. Portanto, agir com inteligência emocional pode virar uma rotina e ser mais natural na vida de todos, mas nunca automático", esclarece Carvalho.

Além da inteligência emocional

Guilherme Ponce, psicólogo, psicanalista e doutor em Psicologia Clínica pelo Núcleo de Subjetividades pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), não utiliza o termo inteligência emocional. Para ele, inteligente mesmo, seria desenvolvermos cada vez mais a consciência da infinita multiplicidade de pontos de vista incomparáveis que cada um, em seu mundo, possui. "Aceitar essa multiplicidade de perspectivas de mundo nos faz absurdamente mais inteligentes, pois passamos a entender que os valores morais não são iguais para todos, nem para sempre" analisa.

Para Tiago Ravanello, psicólogo e psicanalista, professor associado da Faculdade de Ciências Humanas da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), emoções e afetos se relacionam. A intensidade com que vivemos nossa relação com o outro, com a cultura e o nosso próprio corpo é também dependente da posição que assumimos enquanto sujeito.

Mais importante do que pensar que a inteligência emocional pode ser desenvolvida de forma solitária, como um acréscimo de saber em relação a nós mesmos ou a partir da aprendizagem de formas predeterminadas de ser (como acontece em manuais de autoajuda ou práticas de ensino e mestria, tais como o coaching), vale saber que afetos são desafios a serem enfrentados no contato. "Para aqueles que de alguma forma identificam algum tipo de sofrimento ligado a suas emoções e como isso afeta seu ser e estar no mundo, é fortemente sugerível a procura de profissionais especializados no campo psi (tais como psicólogos, psicanalistas e psiquiatras)", orienta Ravanello.

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