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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Ozzy Osbourne diz que tem Parkinson; saiba mais sobre doença degenerativa

Ozzy Osbourne disse que tem uma consulta marcada com um médico na Suíça em abril - Ilya S. Savenok/Getty Images
Ozzy Osbourne disse que tem uma consulta marcada com um médico na Suíça em abril Imagem: Ilya S. Savenok/Getty Images

Gabriela Ingrid

Do VivaBem, em São Paulo

21/01/2020 14h36

Ozzy Osbourne, 71, revelou que foi diagnosticado com Parkinson, durante uma entrevista hoje ao programa Good Morning America. "Tem sido terrivelmente desafiador para todos nós", disse o ex-vocalista do Black Sabbath.

"Existem vários tipos diferentes de Parkinson. Não é uma sentença de morte, como imaginam, mas isso afeta certos nervos do seu corpo. É como se você tivesse um dia bom, outro dia bom e então um dia realmente ruim", afirmou Sharon Osbourne, esposa do cantor. Segundo ela, Ozzy tem o tipo PRKN2.

O Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum, atrás apenas da doença de Alzheimer. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), estima-se que aproximadamente 1% da população mundial com idade superior a 65 anos tenha a doença. Somente no Brasil, acredita-se que cerca de 250 mil pessoas sofram com o problema.

Ozzy está na janela em que ocorre a maior incidência: homens com mais de 60 anos. Mas a doença pode aparecer bem antes disso, entre 10 e 15 anos antes de os sintomas se evidenciarem. Muitas vezes pacientes perdem o olfato e também o paladar, muitos anos antes do diagnóstico.

Sintomas vão além do tremor

O sinal mais conhecido da doença são os tremores involuntários, mas o quadro não se restringe a eles. Segundo Dante Senra, colunista de VivaBem e doutor em Emergências Clínicas pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), também é comum a rigidez muscular, que dificulta os movimentos e produz uma inclinação do tronco e da cabeça para frente, comprometendo o equilíbrio.

Com o tempo, caminhar se torna um desafio, já que os braços rígidos não acompanham o movimento, e as quedas se tornam frequentes. Alterações do sono, e intestino mais preguiçoso também costumam ser queixas frequentes, assim como perda de expressão no rosto, dificuldade para deglutir (com engasgos frequentes) e depressão.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é essencialmente clínico, com análises do histórico do paciente. Senra explica que não existem exames laboratoriais que possam ajudar na detecção da doença. Entretanto, dois exames sofisticados, que são o doppler transcraniano (ultrassom) e a cintilografia cerebral (com Trodat), podem auxiliar na tarefa de diagnosticar a doença precocemente.

O tratamento

Quanto mais cedo for o diagnóstico e o tratamento, mais o paciente consegue manter a autonomia e a qualidade de vida. Existem inúmeras medicações para a doença de Parkinson e são usadas isoladamente ou em composição. De acordo com o médico, elas costumam ser eficazes por muitos anos produzindo regressão dos sintomas e estagnação da doença. "Mas com o passar dos anos ajustes de drogas e associações com outros medicamentos são, na maioria das vezes, necessários", diz Senra.

Ozzy Osbourne mostra foto em hospital de Los Angeles após fazer cirurgia na mão, em 2018 - Reprodução/Instagram/@ozzyosbourne - Reprodução/Instagram/@ozzyosbourne
Ozzy Osbourne mostra foto em hospital de Los Angeles após fazer cirurgia na mão, em 2018
Imagem: Reprodução/Instagram/@ozzyosbourne
Além disso, tratamentos adjuvantes com fisioterapia e fonoaudiologia são muito recomendados. Enquanto a fisioterapia melhora força, equilíbrio e flexibilidade muscular, abrandando a rigidez característica da doença, a fono é fundamental nos casos de engasgo, prevenindo as pneumonias por aspiração.

Para os casos em que a medicação não tem resposta, pode ser considerada uma cirurgia. Os médicos implantam eletrodos cerebrais que se parecem com um marca-passo cardíaco. Eles enviam estimulação elétrica a determinadas áreas do cérebro que controlam os movimentos, interrompendo os sinais nervosos responsáveis pelos sintomas do Parkinson. Senra, porém, diz que a cirurgia não é a cura da doença, mas tem conseguido retroceder alguns anos nos sintomas e na resposta à medicação.

Segundo ele, o futuro parece promissor. Cientistas estão desenvolvendo uma espécie de vacina para frear a evolução da doença e uma dopamina em forma inalatória (acredita-se que a falta ou diminuição dessa substância causa o Parkinson). Há ainda estudos em nível experimental sobre o tratamento com células-tronco.

"Com tudo isso, controlar a doença tem sido uma tarefa muito mais bem-sucedida do que há 15 anos. Continuando neste ritmo, logo poderemos discordar do ator Paulo José quando descreve a doença de Parkinson dizendo: 'É uma doença degenerativa, progressiva e irreversível. Mas a vida não é diferente'", diz Senra.

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Errata: este conteúdo foi atualizado
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 1% da população mundial com idade superior a 65 anos tem a doença. A informação foi ajustada.