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Equilíbrio

Cuidar da mente para uma vida mais harmônica


Em busca de equilíbrio: como escolher a melhor linha de meditação para você

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Imagem: iStock

Alexandre Raith

Colaboração para o VivaBem

06/01/2020 04h00

Você já deve ter ouvido que a meditação reduz o estresse e a ansiedade, aumenta a concentração e melhora a condição geral da saúde física e mental. Porém, nunca praticou —ou já desistiu — porque tem dificuldade de se concentrar e nenhuma paciência para ficar por minutos em posição de lótus?

A causa pode estar na escolha errada da linha meditativa. Enquanto algumas pessoas se adaptam com mais facilidade a técnicas mais introspectivas, outras preferem exercícios que estimulem a desconstrução do pensamento.

Já que a meditação contempla inúmeras linhas, técnicas e exercícios, e o ser humano diversas personalidades, a busca pelo equilíbrio interior está no conhecimento adquirido com a prática e a persistência, segundo Cristina Borsari, psicóloga da BP- A Beneficência Portuguesa de São Paulo. "Prefiro indicar pela experimentação de uma linha meditativa com a qual o paciente se identifica. Às vezes, a pessoa não se adequou ao grupo, ao professor, ao ambiente, ou seja, o problema não é a técnica. O correto é estar em equilíbrio para buscar esta aprendizagem", comenta a psicóloga.

Medite sozinho ou em grupo, com técnica autoguiada ou com professor, ou uma linha mais espiritual ou laica. O importante é descobrir o caminho para o relaxamento e a autoconsciência. "A experiência pode não ser positiva no primeiro momento, mas é importante persistir. Não podemos ser radicais. Precisamos buscar o que nos dá bem-estar e sanar o que nos está trazendo desconforto", recomenda Borsari.

Na opinião de Marcelo Demarzo, colunista do VivaBem, professor do departamento de Medicina Preventiva e coordenador do Núcleo de Meditação Mindfulness para a Saúde da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a escolha da linha meditativa deve estar associada ao objetivo do praticante. "Se está estressado, pratique exercícios de relaxamento. Se o problema é a depressão, procure uma linha que gere autoconhecimento e um estado mais positivo. E, para quem é egocêntrico, aconselho técnicas mais desconstrutivas", aconselha o professor.

A dica é experimentar

Se você ainda tem dúvida, mas está disposto a experimentar, um especialista em meditação elaborou uma metodologia que sugere a escolha da técnica com base na personalidade. Após avaliar os alunos da escola onde ministra cursos, Fernando Gabas identificou quais foram as linhas meditativas preferidas e quais as que os participantes sentiram trazer melhores resultados. A partir desta análise, ele criou o protocolo Life Matters.

"Dificilmente uma pessoa mais agitada se dará bem com uma técnica de simplesmente observar a respiração por 20 minutos, assim como alguém muito racional não terá adesão a uma linha mais mística", explica Gabas.

No entanto, segundo Demarzo, estudos mostram que a técnica mais adequada independe do tipo de personalidade. "Como cada um tem uma dificuldade, prefiro trabalhar com a entrada progressiva da técnica", ressalta o professor da Unifesp. "O paciente costuma querer a resolução rápida dos conflitos, mas tudo é uma adaptação. Por isso, indico que a escolha da linha meditativa seja pela experimentação", complementa Borsari.

Para Arthur Hirschfeld Danila, coordenador do Programa de Mudança de Hábitos e Estilo de Vida do IPq do HC-FMUSP (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), não se costuma prescrever uma linha meditativa pelo tipo de personalidade, mas pode ser uma alternativa para quem não consegue se adequar aos exercícios.

"Uma determinada técnica de meditação não é exclusiva de um perfil de personalidade, mas pode ser uma possibilidade para facilitar a adaptação. A meditação é indicada como um tratamento focado na busca da autoconsciência e na capacidade de se atentar para o momento presente. Existem diferentes linhas e cabe ao praticante se encontrar na técnica mais adequada", afirma Danila.

Quer experimentar escolher pela personalidade?

Na prática, o objetivo da meditação é buscar o autoconhecimento, que, segundo especialistas, traz aumentos expressivos nos níveis de felicidade, tranquilidade, conexão e até saúde física. E, por consequência, uma grande diminuição nos níveis de estresse, ansiedade e tristeza.

Por isso, se você acredita que os traços comportamentais definem as suas escolhas, consulte as técnicas meditativas indicadas por Gabas para cada tipo de personalidade. O especialista alerta que, em diferentes momentos da vida, a preferência por uma técnica pode mudar, dependendo do estado emocional do indivíduo. Ou até mesmo mesclar diferentes linhas meditativas. Na prática, o objetivo da meditação é buscar o autoconhecimento.

Introvertidos e solitários
Para este grupo, Gabas sugere a meditação mindfulness (atenção plena), que é composta por exercícios individuais e silenciosos que requerem mais concentração. A ideia é deixar a divagação de lado e treinar o cérebro para ficar mais consciente do todo, mesmo depois de meditar. O resultado é o aumento de foco e presença, a partir da observação da respiração e de sensações corporais.

Lógicos e racionais
Escolha técnicas de investigação, como as meditações guiadas ao estilo Zen. O indivíduo com esta personalidade, de acordo com Gabas, aceita se fazer indagações e investigar aspectos de sua mente. A técnica permite que o praticante faça uma viagem interior para analisar o que é importante para a vida dele, e vivencie descobertas de aspectos pessoais de sua consciência, por meio da atenção ao fluxo de pensamentos.

Abertos e criativos
São mais indicadas as técnicas de awareness (consciência), que valorizam a experiência e a descoberta. O praticante, por meio de uma sequência guiada de exercícios que envolvem respiração e despertar de estados, consegue atingir um entendimento que antecede a todos os pensamentos e emoções. Neste tipo de prática, ocorre a dissolução dos aspectos de separação do universo, com exercícios que aguçam a imaginação e a criatividade. O que possibilita, segundo Gabas, uma nova dimensão de vida e tranquilidade de espírito.

Meticulosos e seguros
Para pessoas com este perfil, de acordo com os resultados do protocolo, são indicadas meditações mais estruturadas e com uma técnica simples, como a transcendental, com exercícios que envolvem a repetição ininterrupta de mantras e visualizações guiadas, que podem ser conduzidas pela voz do professor ou por áudio.

Energéticos e sensíveis
A sugestão é a meditação metta, que ajuda o praticante a buscar a paz e a plenitude. São indicadas, também, as que envolvem o despertar e o cultivo do amor, bondade e compaixão. Neste caso, nada de monotonia. As técnicas são dinâmicas e incluem exercícios de movimento e dança, inclusive, em grupo. A interação traz uma energia maior e provoca mais emoções.

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