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Vai correr a São Silvestre? Veja cuidados para não ter problemas na prova

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Imagem: Getty Images

Cristiane Bomfim

Da Agência Einstein

26/11/2019 10h40

Em pouco mais de 30 dias, atletas experientes em corrida de rua e anônimos se concentrarão na altura do número 2000 da Avenida Paulista, em São Paulo, para a participarem da mais famosa corrida de rua da América Latina: a São Silvestre.

São 35 mil pessoas de todos os cantos do país - e do mundo - dispostas a percorrer no calor de verão tropical 15 quilômetros, que incluem a temida subida da Avenida Brigadeiro Luís Antônio. Mas somente disposição não é suficiente para que a prova seja cumprida sem surpresas para saúde, como um infarto. Antes de calçar os tênis e partir para a competição é importante passar por avaliação cardiovascular e osteomuscular.

O primeiro passo é verificar a saúde do coração. Durante a consulta com o cardiologista, é importante que o paciente diga que pretende participar de provas de corrida e apresente seu histórico de saúde pessoal e familiar, relacionando ocorrência de doenças cardiovasculares, como pressão alta, arritmia e infarto.

São exames como eletrocardiograma (que avalia o ritmo dos batimentos cardíacos em repouso), teste de esforço (também chamado de teste ergométrico, avalia o funcionamento do coração durante alguma atividade física e o risco de ataque do coração) e de sangue (como glicemia e colesterol, por exemplo) que vão dar o sinal verde ou não para gastar a sola do tênis na São Silvestre.

"A lista de exames solicitados varia de acordo com esse histórico de saúde, idade do atleta e fatores de risco relacionados, como tabagismo e obesidade, por exemplo", explica Leandro Santini Echenique, cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O coração em dia não isenta o atleta eventual ou experiente de tomar cuidado com seus músculos e ossos. "Para quem nunca correu, é preciso uma preparação antecipada e atenção ao aquecimento e ao alongamento para evitar lesões musculares, especialmente da panturrilha e das coxas", afirma o ortopedista do Hospital Israelita Albert Einstein, Noel Oizerovici Foni.

Ele explica que uma avaliação osteomuscular com um ortopedista e o acompanhamento de um profissional do esporte podem ajudar a definir o melhor tipo de treino e evitar imprevistos capazes de impedir a participação na prova.

"É importante ter uma preparação antecipada, não exagerar na carga de treinos e fazer a evolução gradativa para evitar lesões. Praticar corrida não é só colocar o tênis e sair correndo", diz Foni. Ele lembra que a escolha correta do calçado é fator importante não apenas para um bom desempenho nas avenidas e ruas de São Paulo, mas principalmente para evitar que o atleta se machuque com o impacto das passadas. "Ele precisa ser confortável e ter amortecimento. Além disso, um conselho é já ter familiaridade com o calçado", conclui.

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