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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Personagem de Adriana Esteves terá aneurisma em nova novela; entenda o caso

Adriana Esteves vive a personagem Thelma na nova novela das 9 da Globo, "Amor de Mãe" - Thelma (Adriana Esteves) de Amor de Mãe (Divulgação/TV Globo)
Adriana Esteves vive a personagem Thelma na nova novela das 9 da Globo, "Amor de Mãe" Imagem: Thelma (Adriana Esteves) de Amor de Mãe (Divulgação/TV Globo)

Danielle Sanches

Do VivaBem, em São Paulo

25/11/2019 15h10

Resumo da notícia

  • Personagem de Adriana Esteves descobrirá no primeiro capítulo que tem um aneurisma de difícil tratamento
  • De acordo com especialista, todo aneurisma pode ser tratado cirurgicamente, mas é preciso avaliar o risco benefício da intervenção
  • Outras opções de tratamento são a embolizaçãom cerebral e o monitoramento do quadro; é indicado ainda o controle da pressão arterial
  • Uma vez rompido, o aneurisma pode ser operado de forma segura em até 24h após o rompimento ou após 10 dias
  • Após 24h, o cérebro pode sofrer com vasoespasmos, estreitamento dos vasos que pode gerar complicações em caso de cirurgia

A nova novela das 21h da Globo estreia hoje já apresentando um grande dilema na vida de uma das personagens principais. Thelma, personagem vivida por Adriana Esteves, passa mal e recebe a notícia de que tem um aneurisma em uma região difícil de ser acessada cirurgicamente.

De acordo com as previsões, Thelma, que perdeu o marido em um incêndio de onde conseguiu salvar seu único filho ainda bebê, enfrentará o dilema de viver com uma "bomba relógio" na cabeça enquanto tenta preparar o filho, mimado e dependente da mãe, para viver sem ela por perto.

Mas o que é aneurisma?

É o nome dado quando há uma dilatação anormal de um vaso sanguíneo causada pelo enfraquecimento das paredes da veia ou da artéria. O problema é causado geralmente por algum trauma ou doença vascular, mas pode ter um componente genético importante.

Quando essa dilatação acontece em algum vaso do cérebro, é como uma "bexiga" que se forma na parede do vaso e, conforme vai aumentando a pressão interna, pode romper e causar um AVC hemorrágico.

O mais comum é que, antes de estourar, o aneurisma seja assintomático e só seja descoberto em exames de rotina ou por acaso. Já quando se rompe, o sinal mais comum é uma forte dor de cabeça, mas pode apresentar confusão mental também.

Dá para tratar?

De acordo com o Antônio Carlos Montanaro, neurologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, a ideia de que um aneurisma (quando ainda não rompeu) seja "inoperável" não é comum. "Todos os casos podem ser resolvidos de forma cirúrgica, é difícil ter um caso em que não seja possível operar", explica o especialista.

No entanto, dependendo da localização do aneurisma, ele pode ser mais fácil ou mais difícil de ser acessado. No caso da personagem Thelma, o problema será detectado na artéria basilar, vaso que leva sangue para importantes estruturas do cérebro responsáveis por regular respiração, equilíbrio, coordenação motora, fala e visão, entre outras funções.

É um acesso mais trabalhoso, mas que pode ser feito. A questão é analisar o risco benefício, e a decisão deve ser tomada com o paciente Antônio Carlos Montanaro, neurologista

A opção não cirúrgica de tratamento seria um procedimento chamado de embolização cerebral, em que um cateter colocado por meio de acesso na virilha ou no braço chega ao ponto dilatado do vaso e preenche a área com fios ou molas metálicas microscópicas, evitando que o vaso sofra com a pressão do sangue naquela região.

Dependendo do tamanho e da localização, uma outra escolha pode ser apenas monitorar o quadro. Se esta for a opção, é possível levar uma vida relativamente normal com o problema, mas é importante lembrar que o aneurisma pode se romper durante situações que exigem esforço do corpo, como atividade física, uma relação sexual ou até ao fazer cocô.

Por isso, diz Montanaro, uma das medidas preventivas para quem convive com o problema é fazer uso de laxantes para facilitar a eliminação das fezes sem a necessidade de fazer muita força.

E se o aneurisma se romper?

Montanaro explica que, no caso de um aneurisma rompido, é preciso medir a quantidade de sangue que vazou no cérebro. O índice vai de 1 a 4, sendo o valor mais alto indicativo de maior gravidade. O ideal é que o tratamento seja feito em até 24h após o rompimento, pois a inflamação cerebral está menor e as chances de uma cirurgia bem-sucedida são maiores.

Após esse período, o cérebro sofre com vasoespasmos, uma reação de defesa do órgão comum após a hemorragia em que há uma espécie de estreitamento das artérias cerebrais. Essa reação começa geralmente entre o segundo e o terceiro dia após o rompimento e pode continuar até o décimo dia após o ocorrido.

Essa condição, de acordo com o médico, é uma das principais causas de morte após um aneurisma rompido. "Além disso, a cirurgia nesse período é mais complexa, pois pode gerar complicações causadas pelo vasoespasmo", explica. O ideal, então, é manter a pressão intracraniana e arterial sob controle durante esse período até que seja seguro operar novamente.

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