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Bebê morre ao engasgar com pipoca; veja quais alimentos são perigosos

Alimentos pequenos e com casca são perigosos para crianças Imagem: iStock

Gabriela Ingrid

Do VivaBem, em São Paulo

06/11/2019 16h44

Resumo da notícia

  • A ingestão de oleaginosas (milho, amendoim, amêndoa, nozes, castanha), uva, tomate-cereja, balas, salsicha aumenta o risco de as crianças engasgarem
  • Não existe recomendação formal sobre alimentos perigosos para crianças no Brasil, mas médicos dizem que a idade mínima para consumo é entre 2 e 4 anos
  • Se o responsável der esses alimentos ao bebê, é indicado que ele supervisione. Assim, caso seja necessário, ele pode prestar os primeiros socorros

Um bebê de 1 ano e 9 meses morreu por complicações após engasgar com pipoca, em Cariacica (ES). Mesmo após a retirada do grão de milho de seu pulmão, a menina ficou internada por 49 dias antes de morrer.

Apesar de não existir uma recomendação formal no Brasil, os pediatras não recomendam o alimento para bebês. De acordo com Thais Bustamante, pediatra pela Unesp (Universidade Estadual Paulista), muitos médicos daqui optam por seguir as diretrizes da Academia Americana de Pediatria, que não indica a ingestão de pipoca para crianças com menos de quatro anos. Já ela acha mais indicado não dar esse alimento para crianças com menos de dois anos.

Anthony Wong, pediatra pela Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), sugere que três anos é a idade mínima para o consumo. Isso porque os brônquios (tubos que levam ar aos pulmões) das crianças são muito menores que os dos adultos. Nelas, qualquer alimento ou objeto que vai para esse órgão facilmente obstrui a passagem de ar.

E o problema não é apenas a pipoca. Segundo Bustamante, qualquer alimento mais duro e/ou com casca pode ser perigoso, como amendoim, amêndoa, castanha, nozes. "Os que têm aspecto escorregadio também entram na lista, como uva, balas, tomatinhos e salsicha", diz. "Porque o bebê pode não ter ainda o controle do alimento na boca e fazer uma broncoaspiração".

As oleaginosas, como amendoim, castanha e nozes, são ainda mais problemáticas, de acordo com Wong. "Se forem para o pulmão, o óleo desses alimentos pode irritar a mucosa da região e da cartilagem do brônquio. Aos poucos, essa lesão vai destruindo esses tubos e esse local do pulmão não recebe mais oxigenação. Sem oxigênio, o tecido morre".

Primeiros socorros

Se o alimento for ofertado para o bebê, a supervisão de um adulto durante o consumo é essencial. "Em uma situação de engasgamento, o responsável deve estar ali para prestar os primeiros socorros", diz Bustamante.

Segundo a médica, o ideal seria que, enquanto alguém liga para a emergência, outra pessoa deve realizar manobras de desengasgo. No caso de bebês, é indicado deitá-los de bruços, com a cabeça um pouco abaixo do corpo, e dar cinco compressões na região das costas. Se ele não desengasgou, o indivíduo deve virar o bebê e, com o indicador e o dedo médio, fazer cinco compressões no peito, na linha entre os mamilos.

Se a criança tiver mais de um ano, é possível ficar de joelhos atrás dela e abraçá-la com um braço. O adulto deve posicionar uma mão na parte superior do abdome, com o punho cerrado, entre o umbigo e a caixa torácica, e colocar a outra mão sobre o punho fechado, bem firme.

A ideia é que ele puxe com força graduada as mãos para dentro e para cima, como um abraço apertado. É indicada a repetição da manobra por até cinco vezes seguidas e observar se o objeto foi expelido e se a criança respira e está consciente.

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