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Inspiração pra fazer da atividade física um hábito


Claudia Raia entra em máquina que vai a -160°C; crioterapia recupera lesões

"Lembra que eu entrava naqueles baldes enormes de gelo? Agora, amor, vai a -160°C" - Reprodução/Instagram
"Lembra que eu entrava naqueles baldes enormes de gelo? Agora, amor, vai a -160°C" Imagem: Reprodução/Instagram

Gabriela Ingrid

Do VivaBem, em São Paulo

05/11/2019 13h07

A atriz Claudia Raia usou seu Instagram para mostrar como se recupera das lesões sofridas em suas apresentações: ela entra em uma máquina que chega a -160°C. "Fazer espetáculo todo fim de semana é uma loucurinha", disse nos stories, na noite de segunda-feira (4).

A técnica, apesar de estranha para alguns, é uma velha conhecida de atletas profissionais e amadores. Tradicionalmente, após atividades de grande exigência, o esportista mergulha as partes do corpo mais exploradas no treino em uma banheira ou tanque cheio de água e gelo —em uma temperatura de mais ou menos 4°C—, por aproximadamente quatro minutos. No caso de Claudia, a máquina tornou o método mais "tecnológico".

O frio tem um efeito vasoconstritor (reduz o diâmetro dos vasos sanguíneos) e analgésico, o que diminui dores musculares e acelera a recuperação das pequenas lesões provocadas pelo exercício.

A crioterapia é mais indicada para pessoas que praticam atividades físicas intensas e/ou de longa duração e têm um grande volume de treino. "Jogadores de futebol, corredores, maratonistas e praticantes de esportes coletivos podem usar o método. Quem não tem uma rotina esportiva intensa, não aconselho", afirma Maurício Garcia*, fisioterapeuta do Centro de Traumatologia do Esporte da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e coordenador do Setor de Fisioterapia do Instituto Cohen de Ortopedia.

Método é desagradável e exige cuidados

No vídeo, a atriz desabafa que o procedimento não é confortável. "Gente, não está fácil. É frio valendo, real oficial", conta. "Mas não fico batendo queixo, não. Fico numa boa. É impressionante o resultado."

A crioterapia costuma ser bastante desagradável para a maioria das pessoas, já que pode causar sensação de "queimação" e cãibras. "No começo, muitos atletas amadores sofrem para entrar no gelo e não conseguem suportar os quatro minutos", diz Garcia.

O fisioterapeuta ainda alerta que, para não trazer riscos à saúde, a terapia exige alguns cuidados. A temperatura deve ser controlada, não é indicado que o indivíduo fique muito tempo imerso, as extremidades do corpo (mãos e pés) e a região genital precisam ser protegidas. "É importante entrar com meias, luvas ou deixar as mãos para o lado de fora", diz.

Se feita de forma exagerada e ter o tempo limite excedido, a crioterapia provoca hipóxia (déficit de oxigênio em algumas partes do corpo), o que pode levar à necrose.

Pessoas que não praticam atividades físicas tão intensas podem investir em outros métodos mais simples para reduzir dores musculares, como massagem —a tradicional ou com rolo de espuma, chamada de liberação miofascial—, além de respeitar os períodos de descanso, ter uma boa noite de sono e alimentação saudável.

*Fonte consultada em matéria do dia 15/01/19.

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