Geralmente descartada, casca do café reduz inflamação causada por obesidade
Resumo da notícia
- A casca externa e a pele fina que cobre a semente do café, geralmente descartadas, podem beneficiar a saúde
- Ao testarem a interação dos compostos dessas partes do café com células que armazenam gordura, os cientistas descobriram que eles reduzem a inflamação
- Além de reduzirem fatores inflamatórios, os compostos diminuíram o estresse oxidativo das células humanas
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Illinois (EUA) revelou que a casca externa e a pele fina que cobre a semente do café, geralmente descartadas, podem eventualmente beneficiar a saúde humana e o meio ambiente.
Normalmente, utiliza-se somente a semente da fruta do cafeeiro, para produzir a popular bebida. Mas os cientistas descobriram que os subprodutos não usados podem reduzir algumas das características bioquímicas da obesidade, como a inflamação.
Os autores da pesquisa, publicada na edição de outubro da revista Food and Chemical Toxicology, observaram a interação dos compostos encontrados nesses subprodutos com células de gordura. "Observamos que esses fenólicos do café, principalmente ácido protocatecuico e ácido gálico, foram capazes não só de bloquear o acúmulo de gordura nos adipócitos (células do tecido adiposo que armazenam gordura), mas também gerando versões 'marrom' ou 'bege' dela", diz o principal autor do estudo, Miguel Rebollo-Hernanz.
Segundo ele, esses fenólicos ainda reduziram a secreção de fatores inflamatórios e diminuíram o estresse oxidativo. Elvira Gonzalez de Mejia, coautora do estudo, diz que agora eles podem usar esses compostos para reduzir a inflamação e diminuir a produção de compostos ruins que afetarão negativamente todo o sistema do corpo.
Além dos possíveis benefícios para a saúde, o uso dos subprodutos do café também pode proteger o meio ambiente. De acordo com Mejia, uma vez que os produtores de café saibam qual o valor da casca, "eles tratarão esses materiais como um ingrediente ao invés de um desperdício".
Como o estudo foi feito
- Usando extratos de peles e casca de prata, os cientistas investigaram se esses subprodutos poderiam reduzir algumas das características bioquímicas da obesidade.
- Para isso, eles cultivaram células adiposas e os macrófagos juntos para simular interações da "vida real" entre as células. Ao todo, foram usados dois extratos e cinco fenólicos puros.
- Os resultados mostraram que esses fenólicos reduziram a secreção de fatores inflamatórios e diminuíam o estresse oxidativo das células humanas.
Os benefícios do café
Não é por acaso que ele é uma das bebidas mais consumidas do mundo. "Ele tem antioxidantes que combatem a ação dos radicais livres e, assim, previnem doenças cardiovasculares e outros males, como o AVC", explica Guilherme Sangirardi*, cardiologista membro da SOCESP (Sociedade de Cardiologia de São Paulo). Além disso, a própria cafeína tem suas vantagens.
"Ela possui ação estimulante do sistema nervoso central, que melhora concentração, humor e até o bem-estar", aponta Rosana Perim*, nutricionista gerente de Nutrição Assistencial do HCor (Hospital do Coração). Mas atenção: a dose segura é de até 400mg ao dia, o equivalente a cerca de quatro xícaras de café. E só. É que, ao exagerar, não só as vantagens são anuladas como os goles se transformam em risco para a saúde.
*Fontes consultadas em matéria do dia 12/07/2018
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