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Johnny Massaro faz jejum e perde 11 kg para gravar filme; método é seguro?

Massaro emagreceu para viver personagem com HIV em 'Os Primeiros Soldados" Imagem: Reprodução do Instagram @johnnyomassaro

Do VivaBem, em São Paulo

13/10/2019 16h29

Resumo da notícia

  • Johnny Massaro perdeu 11 kg para representar personagem com HIV em filme
  • O ator disse que emagreceu com jejum intermitente e comendo só coisas que cozinhava em casa
  • Apesar de polêmico, o jejum é seguro, pois o corpo humano se adaptou ao longo da história à restrição alimentar
  • Algumas pesquisas ainda mostram que a prática melhora a saúde cardiovascular e metabólica

Após chamar a atenção por estar 11 kg mais magro, o ator Johnny Massaro revelou que investiu no jejum intermitente para perder peso e interpretar o personagem Suzano, um biólogo que descobre ter o vírus HIV, no filme "Os Primeiros Soldados" (em produção).

Em entrevista à jornalista Patricia Kogut, do O Globo, o artista revelou que no primeiro contato que teve com o personagem, há dois anos, percebeu que teria de eliminar muitos quilos para viver o papel. "No começo, cortei glúten, açúcar, lactose... Depois, fiz jejum de 14 horas por vários dias. Também fiquei um mês só comendo o que eu cozinhava...", declarou Massaro, que contou com orientação de uma nutricionista para fazer as mudanças na alimentação.

Fazer jejum é seguro?

O jejum é uma das dietas mais polêmicas atualmente. É possível encontrar facilmente diversos nutricionistas, cientistas e profissionais da saúde que o criticam ou o defendem. Apesar de não haver um consenso entre os especialistas se o método é bom ou ruim, uma coisa é fato: ele pode ser feito com segurança por qualquer pessoa que não tenha restrições (grávidas, mulheres amamentando e pacientes em tratamento de algumas doenças, por exemplo).

O jejum é uma prática milenar, realizada por diferentes civilizações e culturas ao longo da história. Portanto, seja por opção, seja por falta de disponibilidade, nosso corpo está mais do que adaptado a ficar longos períodos sem comer. E diversos estudos mostram ainda que isso pode trazer benefícios para o organismo além da perda de peso, como redução no risco de doenças cardíacas, combate ao diabetes e melhora da pressão arterial.

É melhor para emagrecer?

O jejum funciona para eliminar os quilos extras, mas não pode ser considerado melhor (nem pior) do que vários outros programas para perda de peso. Uma pesquisa publicada no periódico científico The American Journal of Clinical Nutrition, realizada durante 50 semanas com 150 pessoas, concluiu que o jejum e tão eficiente para emagrecer ou melhorar a saúde metabólica quanto uma dieta em que as pessoas reduziram cerca de 20% de sua ingestão calórica.

Os resultados de perda de peso de qualquer estratégia alimentar dependem principalmente da capacidade da pessoa em manter o cardápio saudável por um longo período (se possível para o resto da vida). Nesse ponto, o jejum pode ser ruim para alguns indivíduos, que não conseguem se adaptar aos períodos de restrição e desistem da prática —e às vezes voltam a comer muito mais, sofrendo um efeito sanfona.

Como fazer os jejuns mais comuns?

  • Dieta 1:1: o indivíduo se alimenta normalmente dia sim, dia não. Nos dias de "jejum", a pessoa pode comer apenas uma pequena refeição com cerca de 500 calorias. Você pode comer o que quiser, desde que nos dias de jejum você ingira apenas essa quantidade de calorias.
  • Dieta 5:2: um dos mais conhecidos jejuns, criado por Michael Mosley. Aqui a pessoa se alimenta normalmente cinco dias por semana e nos outros dois come cerca de 500 calorias. Esse tipo de jejum tem sido associado à melhoria do reparo do DNA e da função cerebral. Um aumento na perda de gordura também foi demonstrado em um estudo da Universidade de Manchester, publicado em 2011. Mosley, por exemplo, perdeu 9 kg em 12 semanas e viu seus níveis de açúcar no sangue e colesterol voltarem ao normal.
  • Dieta 6:1: Essa dieta envolve jejum completo por um dia e alimentação normal pelo resto da semana. Famosa pelo vocalista do Coldplay, Chris Martin, ela não é muito aconselhável, já que quem a adere não pode comer nenhum alimento (apenas beber água), provavelmente fazendo com que o indivíduo perca músculos.
  • Duas refeições por dia ou 16:8: Basicamente, envolve pular uma refeição (café da manhã ou jantar) e estender o jejum noturno (enquanto você está dormindo) para algo em torno de 16 horas. Assim, a pessoa tem uma janela de 8 horas por dia para se alimentar. A vantagem dessa dieta é que ela se encaixa mais fácil à rotina.

Fontes: Lara Natacci, nutricionista da SBAN (Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição); Christian Cruz, nutricionista da clínica Equilibrium Consultoria, consultadas em reportagem de janeiro de 2019, feita por Gabriela Ingrid.

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