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Sonhos podem ajudar cérebro a esquecer memórias inúteis, diz estudo

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Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

21/09/2019 17h08

Um estudo publicado no periódico Science revelou que os sonhos ajudam o cérebro a esquecer memórias inúteis. Os cientistas acreditam que a descoberta pode ajudar no tratamento da doença de Alzheimer.

Quando dormimos o cérebro faz uma limpeza das memórias que fizemos enquanto estamos acordados, escolhendo o que é importante e o que é dispensável. O esquecimento é um processo ativo, mas ainda não há muitas informações sobre esse processo durante os estágios de sono.

Durante o trabalho científico, os pesquisadores descobriram que durante a fase do sono de movimento rápido dos olhos (REM), que também é a fase do sono em que a maioria dos sonhos ocorre, algumas células nervosas especiais parecem contribuir para o esquecimento.

Essas células são conhecidas como neurônios produtores de hormônio concentrador de melanina (HCM) estão no hipotálamo, parte do cérebro que ajuda nas emoções, sono e apetite. Já era sabido que essas células ajudam a controlar os padrões do sono REM, ativando o neurônio HCM.

  • Como o estudo foi feito

  • A equipe de cientistas examinou as células HCM em camundongos e descobriu que mais de 52% das células disparava quando os ratos passavam pelo sono REM, em comparação com 35% quando os ratos estavam acordados.
  • Eles também verificaram que as células HCM enviavam mensagens inibitórias para o hipocampo.
  • Eles também usaram ajustes genéticos e criaram ratos que poderiam ativar ou desativar os neurônios HCM.

Ao analisar os resultados, eles descobriram que os animais neurônios HCM realmente tinham problema de memória durante os testes.

"Nossos resultados sugerem que o disparo de um grupo específico de neurônios durante o sono REM controla se o cérebro se lembra de novas informações após uma boa noite de sono", disse Thomas Kilduff, um dos autores do estudo.

O especialista ainda acrescenta que os resultados sugerem que os neurônios HCM ajudam o cérebro a esquecer ativamente informações novas e possivelmente sem importância.

Com os resultados, a equipe espera que possa aprofundar os questionamentos sobrea a doença de Alzheimer. "Compreender a base neural do aprendizado é uma enorme área de pesquisa em neurociência por causa de suas implicações para a vida cotidiana, além de condições como disfunção cognitiva como o Alzheimer", finaliza.