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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Por que crise de asma pode matar, como no caso de Fernanda Young

A condição é responsável por 2.000 mortes por ano, ou cerca de três ao dia - Fernanda Young (Foto: Reprodução/ TV Globo)
A condição é responsável por 2.000 mortes por ano, ou cerca de três ao dia Imagem: Fernanda Young (Foto: Reprodução/ TV Globo)

Priscila Carvalho

Do VivaBem, em São Paulo

25/08/2019 14h24

A escritora, atriz, roteirista e apresentadora de TV Fernanda Young morreu neste domingo (25), aos 49 anos, depois de sofrer uma crise de asma seguida de parada cardíaca. Segundo a assessoria da artista, ela sofria com a condição desde a infância.

A doença é caracterizada por uma inflamação nos brônquios (tubos que levam o ar para dentro do pulmão). Quando eles fecham, a pessoa fica com dificuldade de respirar e, se não toma algum remédio para tratar o desconforto ou é encaminhada para o hospital, o problema pode até levar ao óbito, como aconteceu com Fernanda.

"Uma crise forte pode obstruir totalmente a passagem de ar e provocar uma parada cardíaca. Por isso é recomendado o tratamento constante da doença", afirma Mauro Gomes, médico pneumologista e chefe de equipe de Pneumologia do Hospital Samaritano de São Paulo.

Segundo a Asbai (Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia), a condição é responsável por 2.000 mortes por ano, ou cerca de três ao dia. Só no SUS (Sistema Único de Saúde), é responsável por uma média de 350 mil internações.

O que pode aumentar o surgimento de crises de asma

Vale lembrar que cada indivíduo reage de um jeito, mas os gatilhos para o agravamento da doença são:

  • Cigarro (normalmente, o tabagismo agrava ainda mais o quadro do problema, podendo provocar provocar uma bronquite com enfisema. O problema é causado por uma irritação respiratória crônica, com tosses e falta de ar);
  • Ácaros (organismos que se alimentam de restos de pele e mofo e costumam se acumular em colchões, travesseiros, bichos de pelúcia, carpetes, tapetes, papéis e estantes) e suas fezes;
  • Fungos (micro-organismos que se proliferam facilmente quando há umidade e calor e costumam habitar o sistema de ar condicionado, paredes, livros e fendas);
  • Pólen (minúsculos grãos produzidos por flores e plantas que são carregados pelo vento);
  • Animais de estimação (pelos, pele e secreções dos bichos podem provocar alergias);
  • Infecções virais (alguns vírus são mais propensos a deflagrar asma, como os da gripe e do resfriado comum e o vírus sincicial respiratório);
  • Poluição ambiental;
  • Exposição ao ar frio e seco;
  • Cheiros fortes;
  • Atividade física;
  • Emoções intensas;
  • Certos medicamentos.

Tratamento diário é fundamental

Segundo Gomes, um dos erros mais comuns de pacientes que possuem asma é tratar o problema apenas quando as crises aparecem. O especialista explica que, em um momento de desconforto, o remédio de emergência pode até ajudar. Mas de nada adianta se a condição não for tratada todos os dias com medicamentos específicos.

O especialista ressalta que terapias preventivas ajudam a diminuir as crises e retirar a sensibilidade dos brônquios, principalmente se houver contato com poluição, fumaça, poeira e mofo.

Tipos de asma

Existem diversas formas de asma, mas, de modo geral, a doença é dividida em asma alérgica e não alérgica. Cerca de 80% dos casos em crianças e mais da metade em adultos têm a ver com a exposição a algum alérgeno. Boa parte dos pacientes com esse tipo de asma também possui rinite. Já a asma não alérgica é mais frequente em adultos e costuma ser deflagrada por exercícios, estresse, ar frio ou seco e é mais relacionada à obesidade.

Em relação à gravidade, a asma pode ser classificada como: intermitente, persistente leve, persistente moderada ou persistente grave.

Diagnóstico

A asma é diagnosticada principalmente pela análise dos sintomas, histórico pessoal e familiar. A confirmação pode ser feita com um exame de espirometria, no qual o paciente faz expirações forçadas e os fluxos são medidos no computador e comparados à média da população com o mesmo sexo, idade e altura. Testes alérgicos (de sangue ou de pele) ajudam a verificar a natureza alérgica da asma e identificar as fontes da reação.

Tem cura?

Os especialistas preferem não falar em cura, mas certos pacientes podem apresentar remissão espontânea ou induzida pelo tratamento. Estudos indicam que cerca de um terço das pessoas que têm asma na infância deixam de ter na idade adulta. Como a predisposição ainda existe, não é possível prever se os sintomas voltarão um dia ou não. De qualquer forma, o tratamento adequado da asma permite que se tenha uma qualidade de vida igual à de qualquer pessoa saudável.

*Dados utilizados de matéria publicada em 25/12/2018.