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Em estudo, ecstasy é apontado como eficaz contra o alcoolismo

Terapia pode ser mais eficaz do que tratamentos tradicionais - Istock
Terapia pode ser mais eficaz do que tratamentos tradicionais Imagem: Istock

Priscila Carvalho

Do Vivabem, em São Paulo

20/08/2019 17h40

Um estudo, publicado por pesquisadores do Imperial College London, na Inglaterra, mostrou que o ecstasy pode ser um aliado no tratamento contra o alcoolismo. Segundo os cientistas, a substância é mais eficaz na superação do vício se comparado aos tratamentos tradicionais.

Dartiu Xavier da Silveira, especialista em drogas e álcool do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Universidade Federal Paulista (Unifesp), considera o estudo um avanço.

Segundo ele, não é de hoje que os pesquisadores utilizam e estudam drogas psicodélicas no combate à dependência do álcool. "Ele age de forma positiva em traumas e ajuda as pessoas a se abrirem para psicoterapia", afirma.

Mas Silveira adverte, a droga não deve ser usada de forma errada e sem orientação de um profissional de saúde. "O tratamento no combate ao alcoolismo deve ser feito com terapia e observação médica para que dê certo. Sem isso, pode gerar outros efeitos".

"A psicoterapia com ecstasy oferece ao paciente a oportunidade de lidar com narrativas pessoais baseadas em traumas. É a droga perfeita para esse tipo de terapia focada no trauma", explicou Ben Sessa, um dos autores do estudo, ao jornal The Guardian.

Terapia é segura?

A primeira fase do experimento envolveu 11 voluntários e foi projetada para mostrar que a terapia é segura. A equipe realizou uma triagem, incluindo exames médicos e psicológicos e depois os participantes foram submetidos oito semanas de psicoterapia. Na terceira e sexta semana, eles receberam uma dose alta de ecstasye ficaram oito horas deitados, com viseiras e fones de ouvidos, sendo observados pelos cientistas.

Os voluntários permaneceram no hospital durante a noite e foram monitorados por telefone durante a semana, para acompanhar se não desenvolviam pensamentos suicidas e se tinham boas noites de sono.

Os resultados mostraram que não houve sentimentos conflituosos nos pacientes. Agora, o próximo passo, segundo os médicos, realizar novas pesquisas envolvendo grupos de controle para confirmar essas descobertas.

Método se mostra eficaz do que os tradicionais

Silveira adverte que usar drogas psicodélicas são mais eficazes nesse tipo de tratamento, do que os alcoólicos anônimos, por exemplo. De acordo com o especialista, o tratamento feito com essas substâncias mostram uma diminuição no número de recaídas.

Drogas psicodélicas são usadas em tratamentos desse tipo por possuírem um baixíssimo risco de dependência em pacientes e por agirem no estresse pós-traumático, sentimento de tristeza. "O álcool por ser uma droga social vicia bem mais do que essas e tem efeito mais severos", finaliza.