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Whindersson fez tratamento para ter apetite sexual; o que prejudica libido?

Whindersson Nunes (FOTO: Reprodução/Instagram)
Imagem: Whindersson Nunes (FOTO: Reprodução/Instagram)

Do VivaBem, em São Paulo

04/08/2019 11h48

Whindersson Nunes revelou que fez tratamento hormonal para restaurar sua libido, durante o programa Altas Horas, no sábado (3). "Tinha dias que não estava com vontade de transar. Às vezes, sentia vontade, mas quando chegava lá, não estava com tanta vontade mais. No meio do processo, acontecia a famigerada broxada", disse o humorista.

A sexóloga Laura Muller comentou que não é comum um homem tão jovem quanto Whindersson precisar do tratamento, mas que não há motivo para preocupação: "Não quer dizer que vai acontecer para a vida inteira. E [é preciso] encarar, também, as falhas como uma coisa normal, com bom humor".

O humorista já comentou que luta contra a depressão, que pode contribuir para a disfunção erétil. Mas outros fatores também estão nessa lista. Veja seis casos que contribuem com a falta de vontade de transar.

1. Problemas hormonais

A testosterona, a prolactina e o hormônio tireoidiano são as substâncias que, quando em níveis irregulares no organismo, podem influenciar a libido do homem. Porém, entre as três, a testosterona é que requer maior atenção, afinal de contas, ela é o principal hormônio masculino.

Quando o hormônio apresenta quantidades abaixo do normal (entre 300 a 900 nanogramas por decilitro de sangue), ocorre uma menor ativação dos receptores no cérebro que são responsáveis pela ativação da libido, fazendo com que o desejo sexual diminua.

Quais as causas? Problemas hormonais podem estar relacionados ao envelhecimento natural do organismo --que é o mais comum --, a algum tipo de tratamento ou remédio que inibe a produção de testosterona (entre eles radioterapia e quimioterapia). A obesidade também pode gerar uma alteração e até mesmo alguma cirurgia.

2. Falta de potência

Homens com problemas de ereção podem se sentir frustrados e desmotivados a se envolver em relações sexuais. Isso tende a ser comum quando o indivíduo passa por experiências negativas em que não consegue ter bom desempenho sexual. O medo de falhar e repetir o ocorrido assusta muito os homens, que podem passar a evitar a atividade sexual e, por consequência, diminuir sua libido.

A dificuldade em ter ou manter a ereção por um período mais prolongado pode ter causas psicológicas (estresse, ansiedade) ou orgânicas, como doenças ou hábitos que levam à dificuldade de vascularização e irrigação do sangue no pênis para fazer a ereção --diabetes, hipertensão, algumas doenças neurológicas, sedentarismo, tabagismo etc.

Existem vários tipos de tratamentos para a perda de potência e disfunção, mas o primeiro passo e fazer uma avaliação clínica e psicológica para saber se está tudo bem com a saúde física e mental.

Hoje eu to no ALTAZORA com essa galera massa pae

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3. Depressão

Além da doença contribuir com a disfunção erétil, os remédios usados para combater a depressão também podem prejudicar a libido. Isso porque alguns medicamentos inibem o Sistema Nervoso Central (SNC), alteram os níveis hormonais e provocam a falta de desejo sexual.

Sem esquecer que a depressão faz as pessoas perderem a capacidade de sentir prazer em atividades que normalmente lhes agradavam, é a chamada anedonia. O tesão no sexo, muitas vezes, diminui bastante --alguns homens chegam a fazer sexo por horas sem conseguir gozar, o que pode prejudicar a vontade de transar.

Caso a queda da libido esteja relacionada à depressão, é preciso tratar a doença com remédios e terapia. Quando a causa é medicamentosa, os profissionais procuram por antidepressivos com menos efeitos colaterais.

4. Estresse

Quando o corpo passa por situações de nervosismo extremo, ocorre o aumento do cortisol e da adrenalina. Esses dois hormônios, principalmente o segundo, afetam o sistema límbico, que produz a serotonina, neurotransmissor da alegria e do prazer, o que pode levar à redução do desejo sexual. Além disso, o estresse pode provocar a queda no nível de testosterona.

Para tentar resolver esse problema é preciso, em primeiro lugar, encontrar o gatilho do estresse, e a partir de então tentar evitá-lo. Técnicas de respiração, meditação e ioga ajudam a reduzir a tensão do dia a dia. Praticar atividades físicas, evitar rotinas estressantes e ter um hobby também contribui.

5. Medicamentos

Não são somente os antidepressivos que podem acabar com a libido do homem, algumas medicações utilizadas para o tratamento da hipertensão arterial e úlceras também. Essas drogas afetam os principais receptores da serotonina, diminuindo drasticamente o prazer e o interesse sexual. Até mesmo medicamentos comuns no dia a dia e sem prescrição, como o ibuprofeno, podem prejudicar a potência sexual e, consequentemente, afetar o desejo do homem.

Nesses casos, a principal forma de tratamento é a mudança dos remédios e, se necessário, reposição hormonal. Claro que essa substituição deve ser feita pelo médico.

6. Bebida alcoólica

O consumo excessivo de álcool pode, momentaneamente, diminuir a libido e o desempenho sexual, já que influencia na liberação de hormônios, como a serotonina, progesterona e testosterona, que alteram o fluxo sanguíneo, prejudicando a ereção e a ejaculação.

Em longo prazo, o consumo continuado causa disfunção erétil e aumenta os riscos do homem desenvolver depressão, o que também reduz a vontade de transar.

Não existe um nível seguro de consumo de álcool para o organismo e a OMS (Organização Mundial da Saúde) diz que a ingestão de bebidas deve se limitar a, no máximo, duas doses por dia, e nunca mais de cinco vezes por semana --como dose entenda uma lata de cerveja, uma taça de vinho ou um copo de destilado.

Fontes: Alex Meller, urologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e membro do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein; Cristiano Almeida, urologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo); Cristóvão Barbosa Neto, urologista do Grupo São Cristóvão Saúde, em São Paulo; Emilio Sebe Filho, urologista pela Unifesp e diretor médico da clínica Lifemen, em São Paulo; Guilherme Wood, urologista pela USP, especialista em reprodução humana na Huntington Medicina Reprodutiva e colaborador do Centro de Reprodução Humana do HC, em São Paulo; Paulo Egydio, urologista pelo Hospital das Clínicas com especialização na Mayo Clinic e na Cleveland Clinic Foundation, consultadas em matéria do dia 08/02/2019, apurada por Daniel Navas.