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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Esquistossomose: conheça os sinais e as formas de tratamento

Conhecida como doença do caramujo, barriga d"água e xistose, a doença pode evoluir para formas graves e levar à morte - Pinopic/iStock
Conhecida como doença do caramujo, barriga d'água e xistose, a doença pode evoluir para formas graves e levar à morte Imagem: Pinopic/iStock

Janaina Bolonezi

Blog da Saúde

23/01/2019 10h50

Popularmente conhecida como "barriga d'água, xistose ou doença do caramujo, a esquistossomose é prevalente em áreas tropicais e subtropicais, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. A doença atinge principalmente comunidades carentes, sem acesso a água potável e sem o saneamento adequado. Se não for tratada adequadamente, pode evoluir e provocar complicações graves, levando à morte.

De acordo com a coordenadora-geral substituta de Doenças em eliminação do Ministério da Saúde, Jean Marie Marcelino, a esquistossomose está relacionada diretamente com certos hábitos de vida. "É uma doença relacionada com a falta de saneamento básico e uso da água doce para lazer ou para trabalho, como pescadores e mulheres que lavam louças na beira do rio", esclarece.

A principal forma de ser infectado pelos vermes causadores da esquistossomose é entrando em contato com água doce contaminada. Uma vez dentro do organismo, os vermes vivem nas veias de drenagem do trato urinário, dos intestinos e do fígado da pessoa.

Como acontece a transmissão

No Brasil, a doença parasitária é causada pelo verme Trematódeo Schistosoma Mansoni. Ele tem a espécie humana como hospedeiro definitivo e os caramujos de água doce, do gênero Biomphalaria, como hospedeiros intermediários.

Pessoas contaminadas podem liberar ovos do parasita em suas fezes e urina. Quando estas são depositadas em rios, córregos e outros ambientes de água doce ou quando chegam até estes locais pelas enxurradas, pode acontecer a contaminação através da pele. O verme é capaz de penetrar na pele de pessoas que pisam descalças, nadam, tomam banho ou simplesmente lavam roupas e objetos na água infectada.

Marcelino explica que, no Brasil, a principal região com áreas de transmissão é o Nordeste. Mas outros estados também possuem casos da doença. "Destacamos que os estados que possuem maior número de transmissões são Alagoas, Bahia, Pernambuco e Sergipe. Além deles, podemos destacar o Rio Grande do Norte, Paraíba, Maranhão, Minas Gerais e Espirito Santo. Também existem pequenas áreas de transmissão no Ceará e no Pará. A indicação é que quando uma pessoa visite esses estados tenha muita atenção para o banho em águas doces com correnteza leve, pequenos rios e riachos", alerta.

Sintomas da esquistossomose

A fase inicial da esquistossomose é caracterizada principalmente por erupções na pele no local da infecção com vermelhidão, inchaço e coceira. Além disso, a pessoa infectada por esquistossomose também pode apresentar outros sintomas, como febre, dor na cabeça, calafrios, suores, fraqueza, falta de apetite, dor muscular, tosse, diarreia e sangue na urina. Em alguns casos, o fígado e o baço podem inflamar e aumentar de tamanho.

Porém, a coordenadora explica que, na maioria dos casos, as pessoas infectadas não sentem sintomas da doença. "A maioria dos portadores do parasita não apresentam sinais da doença, são assintomáticos. É uma doença bastante silenciosa, o que a torna perigosa", disse.

Quando os sintomas surgem, o tempo de aparecimento dos primeiros sinais é de duas a seis semanas, a partir da infecção. Além disso, a doença pode se tornar crônica. "Se a pessoa contraiu a doença e durou muito tempo ou se ela vive em uma área endêmica e está sempre se reinfectando, ela pode desenvolver uma forma crônica da doença", explica Marcelino.

A partir daí, a diarreia se torna mais constante, alternando-se com prisão de ventre, e pode aparecer sangue nas fezes. O paciente também apresenta emagrecimento, fraqueza acentuada e aumento do volume do abdômen, conhecido popularmente como barriga d'água. Em casos graves, o quadro pode provocar câncer da bexiga.

Tratamento

Uma pessoa infectada terá ovos do parasita nos tecidos do corpo humano e a reação do organismo a eles pode causar grandes danos à saúde. Por isso, é importante que o tratamento seja iniciado o quanto antes.

Para os casos simples, o tratamento é domiciliar, ou seja, feito em casa por meio de medicamentos específicos receitados pelo médico. Os casos graves geralmente requerem internação hospitalar e até mesmo tratamento cirúrgico, conforme cada situação.

O tratamento é oferecido de forma integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Em caso de suspeita de infecção, procure a Unidade de Saúde mais próxima para os cuidados necessários.

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