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Reposição hormonal é bomba: conheça os riscos dos anabolizantes

Substâncias aumentam chances de diversas doenças; entre elas, câncer e diabetes - ChesiireCat/iStock
Substâncias aumentam chances de diversas doenças; entre elas, câncer e diabetes Imagem: ChesiireCat/iStock

Giulia Granchi

Do UOL VivaBem, em São Paulo

18/01/2019 17h33

Reposição hormonal: quem acompanha o mundo fitness ou de esportes amadores de alto rendimento provavelmente já ouviu falar do assunto. Mas saiba que o procedimento, tratado naturalmente e recomendado por muitos influenciadores no Instagram e até alguns médicos, nada mais é do que um nome disfarçado para as populares bombas (anabolizantes), que ganharam um novo nome, disfarçado e livre das conotações negativas.

Os anabolizantes são medicamentos de substância de origem hormonal ingeridos ou injetados, indicados por médicos para pessoas com problemas específicos. No entanto, contribuem com o aumento de performance física, ganho de massa muscular e, consequentemente, perda de gordura. Por isso, são utilizados por quem busca um atalho para acelerar os resultados no treino. 

Os anabolizantes incluem os hormônios esteroides, que são a testosterona e os derivados dela, como a oxandrolona e o estanozolol. Mas outros hormônios, como o do crescimento (GH), também podem ser usados para os mesmos fins. 

Quem precisa de reposição

Saiba que a reposição hormonal só é recomendada para casos específicos, nos quais o paciente realmente precisa. 

"Crianças com falta do hormônio de crescimento ou homens com doenças genéticas que impedem a fabricação natural de testosterona, ou que perderam o testículo em algum acidente... Esses são os tipos de casos em que há a recomendação, mas apenas para que os hormônios fiquem em níveis normais", esclarece a endocrinologista e metabologista Andressa Heimbecher, colaboradora do Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).

Se você não tem nenhum problema de saúde, deve ter cuidado e buscar uma segunda opinião quando algum médico, educador físico ou nutricionista sugerir a reposição --principalmente quando os benefícios do tratamento listados pelo especialistas forem melhoras estéticas e no desempenho físico.  

"Muitos profissionais hoje não são responsáveis e prescrevem hormônios de modo não regulamentado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia, que é contra esse tipo de modulação."

Riscos e efeitos colaterais

Os riscos à saúde são conhecidos por muitas pessoas que usam esse tipo de substância indiscrimadamente, mas nem sempre levados tão a sério quanto deveriam. De acordo com Heimbecher, os perigos podem ser um pouco diferentes entre os sexos e dependendo do hormônio escolhido. 

Nos homens, quando o hormônio atinge níveis muito altos, como é o caso de quem toma anabolizante, aumenta-se o risco de doenças cardíacas, cai o nível de colesterol HDL (considerado como protetor), sobrecarrega o fígado, podendo levar a quadros de hepatite, e ainda aumenta a irritabilidade e agressividade dos indivíduos

Nas mulheres, alguns dos efeitos do excesso do hormônio aparecem em pouco tempo, como pele mais oleosa, acne, queda de cabelo e crescimento de clitóris. Os mesmos perigos em relação à intoxicação hepática e riscos cardíacos também se aplicam a elas. 

"Quando se trata do GH, não sabemos até que ponto ele pode acelerar alguns tipos de câncer. Se uma das suas células tem a mutação de um DNA que a transformaria em um câncer, mas ela está controlada pelo sistema imunológico, quando recebe uma dose de hormônio de crescimento, essa célula tem a tendência de se proliferar", informa a especialista.

Além disso, o hormônio de crescimento tem outros efeitos colaterais, como o crescimento de mandíbula, pés e mão, da cartilagem do nariz e orelha, e até de órgãos como tireoide e coração

Os danos são reversíveis?

Os efeitos são dependentes de dose e tempo de uso --quanto maiores, maior o risco de efeitos colaterais. "Mas, apesar de sabermos que os efeitos imediatos são revertidos com a suspensão do uso, ainda não se sabe o quão negativo serão os efeitos negativos em logo prazo", indica Heimbecher.  

Em quais casos o anabolizante pode levar à morte?

"Quando temos um caso agudo das complicações causadas pelo uso das substâncias. Pode acontecer, por exemplo, quando uma pessoa que já tem predisposição a ter trombose toma testosterona. Sua hemoglobina vai de normal para alto, um dos efeitos colaterais do anabolizante, e durante uma viagem longa pode ocorrer o quadro de trombose e levar à morte por embolia", explica a médica.

De acordo com a especialista, apesar de parecem casos isolados, as complicações como infartos, derrames e morte súbita por arritmia, para quem faz uso das substâncias, são relativamente comuns e podem parecer eventos sem qualquer relação às bombas. 

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