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Exame de sangue consegue identificar doença no coração precocemente

A análise de duas proteínas pode ajudar a evitar infarto  - kukhunthod/IStock
A análise de duas proteínas pode ajudar a evitar infarto Imagem: kukhunthod/IStock

Do UOL VivaBem, em São Paulo

12/01/2019 12h36

Espero que todo mundo se preocupe em fazer exames para cuidar do coração e garantir que os batimentos estejam saudáveis. Nós conseguimos fazer avaliações para ver se há arritmias ou se o colesterol está alto, mas não ia ser fantástico se uma análise em laboratório só com alguns mililitros de sangue fosse capaz de identificar precocemente se existem placas de gordura e cálcio nas artérias do coração?

Pois é, médicos adoraram a ideia e colocaram ela em prática. Um estudo brasileiro publicado na revista científica Plos One mostrou que duas proteínas encontradas no sangue podem identificar lesões arteriais ainda em fase inicial, prevenindo assim doenças como o infarto do miocárdio com boa antecedência. Dessa forma, no futuro, o diagnóstico poderá ser feito por testes sanguíneos.

A pesquisa contou com 170 pacientes e analisou oito proteínas ligadas à inflamação sanguínea e a calcificação das artérias, mecanismos ligados ao entupimento das coronárias. 

Para começar, os médicos compararam resultados de exames de pacientes com calcificação coronária e pacientes saudáveis, para analisar as diferenças entre as proteínas. Os dados deixaram claro que o aumento das proteínas MGP e RANKL no sangue indicam o risco até três vezes maior de doença coronária. 

Por terem esses nomes esquisitos que não reconhecemos, é bom esclarecer que a RANKL é responsável pela calcificação das artérias, enquanto a MGP atua na remediação da quantidade de cálcio nas artérias.

"Para ficar simples de entender: é como bandido e polícia onde a RANKL é o bandido e a MGP atua como polícia em ralação à calcificação vascular. Se a polícia aparece é porque há algo de errado nas coronárias. Não deveria haver cálcio nos vasos", explica Eduardo Pesaro, líder do estudo e cardiologista da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.

Avançando com a pesquisa, os cientistas reuniram exames de sangue de 40 pacientes que tiveram infarto agudo do miocárdio. "A pergunta feita aqui foi se o aumento da inflamação sanguínea causada pelo infarto está relacionado à elevação de algum biomarcador de calcificação. E a resposta, após análises de todos os exames de sangue, foi sim", conta Pesaro. 

O estudo comparou amostras de sangue de pacientes que sofreram infarto recolhidas tanto no terceiro dia após evento quanto 60 dias depois e verificou aumento de 23% na MGP nos exames realizados após dois meses. Isso mostra que após um episódio inflamatório severo há elevação dessa proteína na tentativa de o organismo reduzir as consequências de calcificação do vaso após o infarto.

Juntando as análises, os médicos conseguiram concluir que amostras de sangue que mostram o nível das proteínas podem dar informações precoces sobre placas nas artérias que ameaçam o bom funcionamento do coração. "Estamos no caminho certo para um check-up do coração mais barato e que consiga prevenir com boa antecedência a aterosclerose", diz o cardiologista.

O médico está otimista sobre o novo exame de sangue uma vez que hoje em dia as formas de identificação das placas de gordura e cálcio nas veias não parecem ter um bom custo benefício. 

A mais comum delas é o teste ergométrico, que identifica a obstrução das coronárias, arritmia, falta de ar ou cansaço. "O problema é que ele não consegue identificar placas na fase inicial, mas sim a partir de 70%, 80% de entupimento e acaba não sendo um exame suficientemente preventivo", afirma Pesaro. A outra forma diagnosticar a doença na artéria é a tomografia de coronárias. "Este é um exame moderno que consegue identificar bem no início as placas. Mas ele é caro e tem radiação", completa. Assim, um exame de sangue que consegue essas informações precocemente e pode ajudar na prevenção de algo mais grave é uma ótima notícia.

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