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Depressão e sono ruim: estudo sugere sintomas que podem prever Alzheimer

Resultados do estudo podem melhorar diagnóstico da doença - iStock
Resultados do estudo podem melhorar diagnóstico da doença Imagem: iStock

Do UOL VivaBem, em São Paulo

19/10/2018 12h26

Depressão, ansiedade, interrupções no sono e perda de apetite podem servir como marcadores de alterações cerebrais precoces na doença de Alzheimer. A conclusão é de um estudo realizado por pesquisadores do Biobanco para Estudos no Envelhecimento, da Universidade de São Paulo, em conjunto com cientistas da Universidade da Califórnia em São Francisco, nos Estados Unidos.

Os resultados da pesquisa, publicada na quarta-feira (17) no periódico Journal of Alzheimer's Disease, sugerem que esses sintomas psiquiátricos não são a causa da doença de Alzheimer, mas prováveis ??indicadores precoces dela.

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"Isso sugere que essas pessoas com sintomas neuropsiquiátricos não correm o risco de desenvolver a doença de Alzheimer —elas já a têm", diz Lea T. Grinberg, uma das principais pesquisadoras e professora associada em neurologia da UCSF.

De acordo com os autores, esses marcadores poderiam ajudar os médicos a diagnosticar a doença muito mais cedo e, assim, aumentar as oportunidades de retardar seu progresso.

Novo jeito de diagnosticar precocemente

Para o estudo, os cientistas usaram amostras de 1.092 adultos com mais de 50 anos que morreram entre 2004 e 2014 e que eram representativos da população geral de São Paulo.

Além disso, os registros do banco incluíam dados de "entrevistas pós-morte com informantes confiáveis" sobre os sintomas psiquiátricos e a capacidade mental do falecido.

A equipe excluiu 637 amostras de cérebro que apresentavam anormalidades que não estavam relacionadas ao Alzheimer. Sobraram 455 amostras de pessoas que tinham sinais de doença de Alzheimer, como placas beta-amiloides e emaranhados de tau —à medida que a doença progride, os emaranhados de tau começam a se acumular no córtex externo do cérebro—, ou nenhum sinal de neurodegeneração.

Os resultados mostraram ligações significativas entre medidas psiquiátricas e cognitivas e padrões de sobrecarga de tau emaranhados, mas não vinculados à carga de beta-amiloide.

Os sintomas de ansiedade, agitação, depressão, perturbações do sono e alterações do apetite tiveram ligações com a doença em estágio inicial, em que os emaranhados de tau aparecem no tronco encefálico. O que intrigou os cientistas é que o link entre os sintomas e as mudanças no cérebro estava presente, mas os indivíduos em questão não mostraram mudanças perceptíveis na capacidade de memória antes de morrerem.

A equipe sugere que as descobertas podem impactar no desenvolvimento de drogas para detectar o Alzheimer precocemente. Os resultados também podem ser adicionados à triagem, ao lado de exames cerebrais e exames de sangue, para melhorar o diagnóstico de Alzheimer em estágio inicial.

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