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Substância da pimenta pode virar remédio para perda de peso, diz estudo

Além de ajudar na perda de peso, a capsaicina melhorou os níveis de açúcar e colesterol no sangue  - Thinkstock
Além de ajudar na perda de peso, a capsaicina melhorou os níveis de açúcar e colesterol no sangue Imagem: Thinkstock

Do VivaBem, em São Paulo

17/07/2018 19h57

Um medicamento à base de capsaicina --composto que torna a pimenta picante -- promoveu a perda de peso em longo prazo e melhorou a saúde metabólica de ratos que ingeriram uma dieta rica em gordura, em novos estudos da Universidade de Wyoming, nos Estados Unidos.

O remédio foi desenvolvido para liberar lentamente a capsaicina ao longo do dia para que possa exercer seu efeito anti-obesidade sem produzir inflamação ou efeitos colaterais.

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"Nós observamos melhorias marcantes nos níveis de açúcar e colesterol no sangue, resposta à insulina e redução nos sintomas de doença hepática gordurosa", disse Baskaran Thyagarajan, autor principal da pesquisa, descrevendo como o medicamento batizado de Metabocina reverteu muitos efeitos prejudiciais da dieta rica em gorduras.

Ele apresentou os resultados na reunião anual da Sociedade para o Estudo do Comportamento Ingestivo, a principal conferência internacional de especialistas em alimentos e ingestão de líquidos, que aconteceu esta semana.

Segundo a equipe de pesquisa, o medicamento poderá ser tomado por via oral, para atingir receptores denominados TRPV1 que são encontrados em grande número nas células adiposas. Estimular esses receptores faz com que as células de gordura branca comecem a queimar energia em vez de armazená-la, o que, teoricamente, deveria causar perda de peso.

Uma questão importante para os pesquisadores foi se a droga permanece eficaz quando usada em longo prazo e se os efeitos adversos superam seus benefícios. Os ratos nesta experiência receberam a substância durante oito meses, mantendo a perda de peso sem evidência de problemas de segurança. 

Será possível tratar a compulsão alimentar?

Em um outro experimento, realizado pela Universidade de Rutgers (EUA), cientistas descobriram que um pequeno grupo de células cerebrais no hipotálamo, chamadas de "neurônios da orexina", pode ser um alvo promissor no controle de episódios de compulsão alimentar em indivíduos com obesidade.

Os pesquisadores estudaram ratos fêmeas alimentados com uma dieta controlada ou uma dieta açucarada e rica em gordura, que causa ganho de peso e compulsão alimentar. Em seguida, eles criaram uma tarefa onde os ratos poderiam trabalhar para ganhar doces.

À medida que o trabalho exigia aumento, a motivação persistente para ganhar o tratamento era vista apenas nos comedores compulsivos que já haviam ganhado peso com uma dieta rica em gorduras. Notavelmente, essa motivação aumentada foi revertida pelo tratamento com um composto que bloqueia os sinais de orexina no cérebro.

Os pesquisadores também descobriram que o bloqueador de orexina reduziu a quantidade de comida consumida durante os episódios de compulsão alimentar, em que os animais receberam acesso irrestrito a uma mistura de gordura adocicada durante um período de 30 minutos.

"Os tratamentos farmacológicos são atualmente limitados para pacientes com distúrbios alimentares, por isso é realmente emocionante se uma nova terapia pudesse expandir as opções de tratamento para indivíduos obesos com transtorno de compulsão alimentar”, Dr. Gary Aston-Jones, diretor do Instituto de Saúde do Cérebro em Rutgers e um dos autores do estudo.

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