Falta de sono pode prejudicar controle dos movimentos do corpo
Não conseguir ter um sono de qualidade é algo cada vez mais comum dentro de rotinas corridas com tantas coisas para resolver em apenas 24h. Mas não deve ser assim. O sono não é um luxo e deve ser priorizado, caso contrário traz reações como mau humor, dor de cabeça, falta de atenção e até enfraquece a memória.
E não é que os malefícios acontecem só em quem tem insônia, a falta de sono pode causar problemas em pessoas aparentemente saudáveis, fenômeno conhecido como jetlag social, segundo estudo com a participação da Poli (Escola Politécnica) da USP (Universidade de São Paulo).
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Em testes realizados com estudantes, o desempenho em tarefas simples que exigem controle dos movimentos do corpo era melhor às segundas-feiras, após as horas de sono compensadas no final de semana, de acordo com publicação do Jornal da USP.
A descoberta pode ajudar a entender quais as áreas do cérebro são afetadas pela privação de sono e comprometem o controle corporal.
Os pesquisadores realizaram o experimento com alunos do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais, em Barbacena. Os estudantes utilizaram por nove dias um relógio de pulso que mede a atividade física e distingue os períodos de sono, repouso, vigília e atividade.
Nas sextas e segundas-feiras foram realizados testes de controle postural, com desafios estáticos e dinâmicos. Também foram aplicados questionários sobre hábitos diários, para complementar a avaliação sobre restrições de sono.
Fim de semana regula sono e melhora respostas corporais
Os resultados mostraram que o desempenho no controle postural era melhor na segunda-feira, depois do final de semana. “Acredita-se que as obrigações sociais reduzem os períodos de sono, o que pode levar a problemas de atenção e concentração, além de mudanças abruptas nos horários de dormir e sonolência”, apontou o pesquisador Guilherme Umemura, que integrou a pesquisa, em entrevista ao Jornal da USP.
“Nos finais de semana, em geral há uma compensação das horas de sono e, coincidentemente, o desempenho nos testes era melhor”, ressaltou Umemura. “As comparações entre as respostas dos questionários e os gráficos de atividade e repouso revelaram uma diferença de aproximadamente duas horas entre o tempo de sono considerado ideal pelos alunos e a quantidade de sono apurada nos gráficos.”
Os cientistas ficaram surpresos em encontrar problemas de controle postural em pessoas jovens e saudáveis e, mais preocupante, que acreditavam estar dormindo bem e não notaram a privação de sono. A explicação para os sintomas é que as áreas do cérebro mais sensíveis à privação do sono são as responsáveis pela cognição e pela integração sensorial.
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