Cientistas descobrem fatores que provocam a alergia alimentar em crianças
As causas da alergia alimentar na infância eram um mistério para a ciência. Agora, um novo estudo, publicado nesta sexta (6) no periódico Journal of Allergy e Clinical Immunology, descobriu que ela está relacionada a fatores ambientais e genéticos, que juntos desencadeiam o problema.
De acordo com a pesquisa da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, a alergia alimentar acontece quando os seguintes fatores ocorrem juntos: uma mutação genética que altera a absorção da pele; o uso de lenços umedecidos infantis que deixam sabão na pele; a exposição da pele a alérgenos contidos na poeira; a exposição da pele a alimentos considerados alérgenos.
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Testes em ratos podem ajudar no tratamento
A evidência clínica mostra que até 35% das crianças com alergias alimentares têm dermatite atópica e muito disso é explicado por pelo menos três mutações genéticas diferentes que reduzem a barreira da pele. Pensando nisso, para o estudo, a pesquisadora usou um modelo de camundongo com mutações na barreira da pele e tentou expor a pele do animal a apenas um alérgeno alimentar, como o amendoim, que sozinho não teve efeito algum sobre o animal.
"Então, eu pensei que os bebês também são expostos a alérgenos ambientais, como a poeira em uma casa. Por mais que um recém-nascido não coma alérgenos alimentares, ele está sendo afetado por meio da pele”, explica Joan Cook-Mills, autora do estudo e professora de alergia imunológica na Faculdade de Medicina Feinberg, da Universidade Northwestern. “Por exemplo, um irmão que acabou de comer manteiga de amendoim e beija o bebê. Ou um pai que está preparando comida com amendoim e depois lida com o bebê."
Em seguida, ela ainda leu estudos sobre alguns compostos de sabão que eram absorvidos pela pele e percebeu que o mesmo acontece com os lenços umedecidos usados em bebês. A camada superior da pele é feita de gorduras e o sabão nos lenços perturba essa barreira, explica a pesquisadora.
Nos estudos pré-clínicos, os ratinhos neonatais com as mutações na barreira da pele foram expostos a alérgenos alimentares, como proteínas de ovos e amendoim, alérgenos em poeira (ácaros) e a um sabão presente em lenços de limpeza infantis. Os animais tiveram reações alérgicas no local da exposição da pele e no intestino e anafilaxia, uma reação grave que pode ser fatal. Os resultados fornecem uma base para testar intervenções que irão bloquear mais eficazmente o desenvolvimento de alergia alimentar em bebês e crianças, segundo Cook-Mills.
Fatores de risco de alergia alimentar podem ser prevenidos
A boa notícia é que fatores que levam à alergia alimentar podem ser modificados no ambiente doméstico, diz a autora do estudo. "Reduza a exposição da pele do bebê aos alérgenos alimentares, lavando as mãos antes de cuidar dele. Limite o uso de lenços umedecidos infantis que deixam sabão na pele. Que tal lavar o bebê com sabão e água, como costumávamos fazer anos atrás?", sugere a pesquisadora.
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