Cientistas criam estrutura 3D de proteína que pode tratar Parkinson

Cientistas da Universidade de Saint Louis, nos EUA, determinaram a estrutura de uma proteína chave que está envolvida na resposta inflamatória do corpo.
Dizendo assim parece que não é uma grande descoberta, mas saiba que o achado abre portas para o desenvolvimento de novos tratamentos para uma ampla gama de doenças, como diabetes, câncer, Parkinson e problemas cardíacas.
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Tudo começou com o trabalho de Sergey Korolev, professor de bioquímica e biologia molecular, que estuda as estruturas proteicas no nível de resolução atômica para entender seu mecanismo e função no corpo.
Para sua pesquisa, publicada na Nature, Korolev e sua equipe decidiram focar em uma enzima pouco compreendida, a fosfolipase A2B. Ela é importante por produzir sinais após lesões e iniciar a resposta inflamatória do corpo.
A ideia era compreender como a fosfolipase é ativada durante os machucados, como hidrata os substratos e como é desativada, desligando a resposta inflamatória.
“A enzima é surpreendente. Quando foi descoberta, notaram sua ligação com o sistema cardiovascular, depois foi possível ver que estava envolvida na produção de insulina, podendo levar à diabetes tipo I. E, além disso, descobriram um elo com problemas neurodegenerativos, como Parkinson”, explica o professor.
Inclusive, como há muitas mutações hereditárias da enzima identificadas em pacientes com Parkinson precoce, a enzima também é chamada de PARK14.
Os pesquisadores perceberam que a proteína desempenha papéis diferentes em distintos tecidos e partes da célula, e ficou claro que sua ação pode ser prejudicial, contribuindo para as doenças. Com essas informações, muitos cientistas tentaram projetar inibidores da enzima para criar tratamentos.
"Diferentes grupos tentaram projetar inibidores, mas era muito difícil sem conhecer a estrutura 3D da proteína", disse Korolev. Assim, ele focou em montar um modelo da estrutura tridimensional da proteína, para compreendê-la detalhadamente.
Com o sucesso, o professor afirma que este é o primeiro passo para responder muitas questões sobre a PARK14.
"Agora que entendemos melhor como a proteína interage, será muito mais fácil desenvolver drogas", afirma. “Com a estrutura real, muitas peças de um enigma complicado se unem, fornecendo hipóteses claras sobre o mecanismo de função e regulação das proteínas", completa Korolev.
Graças ao sequenciamento genético, os pesquisadores agora podem mapear quais partes de uma proteína causam doenças. Ter a informação genética em conjunto com a estrutura 3D oferece uma nova e poderosa ferramenta.
"Esperamos que a descoberta forneça um ponto de partida para, em primeiro lugar, entender como a enzima funciona no cérebro. Em seguida, podemos empregar diferentes estratégias, como drogas de moléculas pequenas, que a impedirão interagindo com outras proteínas ou mudar sua atividade para prevenir a inflamação, que é um fator cada vez mais importante em Parkinson e outros distúrbios cerebrais", conclui o professor.
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