Droga reduz risco de infarto e AVC em pacientes de alto risco
Ainda que o colesterol esteja intimamente ligado à principal causa de morte do mundo ?as doenças cardiovasculares—, muitas pessoas não conseguem manter a taxa de LDL (colesterol ruim) controlada. No entanto, uma nova droga se mostrou eficaz na redução desse marcador, o que diminui o risco de infarto e AVC em pacientes de alto risco.
Renato Lopes, médico cardiologista, cientista cardiovascular e professor da Duke University Medical Center, explica que muitas pessoas não respondem ao tratamento padrão (estatinas e mudança de estilo de vida) por conta dos efeitos colaterais do medicamento em alta dosagem ou até por diagnóstico de hipercolesterolemia familiar —quando o colesterol alto é herdado geneticamente.
Veja também:
- Dietas ricas em colesterol elevam 100 vezes crescimento de tumores
- Gene que removeu colesterol de ratos é promessa contra doenças cardíacas
- Como baixar pressão alta? Inclua frango e iogurte na dieta
?Há 30 anos não tínhamos uma alternativa terapêutica para cerca de 15% da população que não responde ao tratamento padrão. Por isso, estudamos o que poderia melhorar a qualidade de vida dessas pessoas e reduzir a mortalidade?, explica Lopes, um dos autores do estudo Odissey, apresentado hoje no congresso da American College of Cardiology.
O estudo analisou o efeito do alirocumabe, inibidor da PCSK9 que funciona de forma diferente de uma estatina. ?Ela aumenta o número de receptores de lipoproteína de baixa densidade (LDL), jogando o LDL para dentro da célula e, assim, reduzindo os níveis do colesterol no sangue?, explica.
A pesquisa foi realizada com quase 19 mil pacientes de 56 países —dentre eles o Brasil. Todos os voluntários eram pacientes de alto risco, ou seja, já tinham sofrido algum evento cardiovascular e não respondiam ao tratamento padrão para reduzir o colesterol.
Eles foram divididos em dois grupos —um recebeu o alirocumabe, enquanto o outro tomou placebo?e foram acompanhados, em média, 2,8 anos.
Os pesquisadores descobriram que o medicamento reduziu em 15% a chance de um evento cardiovascular, seja ele infarto, AVC, morte coronariana e angina com necessidade de hospitalização.
?Obtivemos efeitos muito significativos. Ao observar especificamente cada um dos eventos, notamos redução de 40% de AVC e de angina com necessidade de hospitalização. Os pacientes também tiveram 15% menos risco de infarto e houve redução significativa de morte por todas as causas?, afirma.
Para Lopes, o estudo só comprova a eficácia e segurança da molécula que trará melhor qualidade de vida para os pacientes de risco. ?Essa droga não é feita para qualquer um com colesterol alto. Mas é destinada para um grupo que não tinha nenhuma terapia disponível e maior risco de morrer por desfechos como AVC, infarto e angina?, afirma.
Algumas companhias farmacêuticas, como a Sanofi e Regeneron, já comercializam o medicamento alirocumabe no Brasil.
SIGA O VIVABEM NAS REDES SOCIAIS
Facebook: https://www.facebook.com/VivaBemUOL/
Instagram: https://www.instagram.com/vivabemuol/
Inscreva-se no nosso canal no YouTube: http://goo.gl/TXjFAy
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.