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É possível o reto sair pelo ânus após ficar muito tempo sentado na privada?

Getty Images
Imagem: Getty Images

Thamires Andrade

Do VivaBem, em São Paulo

10/02/2018 11h19

De acordo com a imprensa internacional, um chinês foi internado às pressas depois de perceber que o reto ficou pendurado em seu ânus. Ele teria tido um prolapso retal, provocado pela dificuldade de ir ao banheiro.

Segundo Su Dan, médico que atendeu o paciente, ele ficou 30 minutos na privada brincando com o celular, enquanto tentava evacuar, e isso teria feito com que o prolapso completo acontecesse.

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Henrique Fillmann, presidente da SBCP (Sociedade Brasileira de Coloproctologia), explica que o prolapso acontece quando os músculos do assoalho pélvico e os ligamentos são frouxos e o paciente faz um esforço extra, como carregar peso ou forçar para evacuar.

Prolapso de reto - Kan Kan News/Divulgação - Kan Kan News/Divulgação
Imagem: Kan Kan News/Divulgação
Fillmann destaca que o caso do paciente chinês foi severo, pois o prolapso foi completo, que é quando o reto sai para fora do corpo.

Segundo o médico, é difícil identificar o prolapso retal sem um exame clínico, porque os sintomas da doença (alteração do hábito intestinal e dificuldade para evacuar) são discretos e podem ser confundidos com outros problemas.

“A pessoa acaba fazendo muita força e o reto, por estar solto, vai para fora. Às vezes, é só um pouco, o que faz com que o paciente acredite que tenha hemorroída e não trate o problema da forma adequada”, explica.

Predisposição genética

Esse enfraquecimento da musculatura acontece em pacientes que já têm predisposição genética para ter a doença. E, nesses casos, não é indicado ficar muito tempo no banheiro tentando evacuar.

“Fazer muita força aumenta a pressão no abdome, o que força o reto para baixo. O problema é que como os músculos pélvicos desses pacientes não são fortes suficientes para segurar, o prolapso acontece”, diz o médico.

Mas fique tranquilo, que se você não tiver predisposição, pode ficar quanto tempo quiser no “trono”. O prolapso retal costuma afetar crianças (que não têm os músculos da região desenvolvidos) e idosos. No estágio inicial, o diagnóstico é feito por um exame de retossigmoidoscopia, feito no próprio consultório, que permite ao médico identificar a parte final do intestino --onde o reto fica localizado.

“Se identificamos o prolapso no início, muitas vezes, não indicamos cirurgia. Recomendamos apenas uma mudança na alimentação para melhorar o trânsito intestinal”, fala.

No entanto, se o prolapso for parcial ou completo o tratamento é cirúrgico. “A cirurgia pode ser feita pelo abdome ou reto e colocamos o órgão para dentro, fixando ele na barriga. No entanto, precisamos acompanhar esses pacientes, pois cerca de 10 a 20% deles podem voltar a ter a doença", diz.

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