Ter mais opções ajuda as pessoas a escolher porções menores
Alguns estudos demonstraram que a indicação de calorias nos fast-foods exerce pouco efeito sobre o consumo. Por isso, cientistas da Universidade Duke tentaram algo diferente: eles ofereceram aos clientes de um restaurante chinês da região a opção de pedir uma porção reduzida.
No primeiro experimento, realizado com 283 pessoas, apenas 1% pediu porções reduzidas de um acompanhamento rico em amido quando estas não foram oferecidas verbalmente. Contudo, quando os garçons comunicaram aos clientes que eles podiam escolher uma porção contendo 200 calorias a menos, 33% aceitaram.
Em uma segunda experiência incluindo 992 participantes, os pesquisadores indicaram no cardápio o número de calorias que cada prato continha. O número de pessoas que aceitou as porções menores não aumentou com a mudança.
No último experimento, os pesquisadores acompanharam os pedidos e pesaram as sobras de 263 clientes, e descobriram que os que optaram por acompanhamentos menores não compensaram pedindo pratos principais mais calóricos. E os clientes que optaram pelos acompanhamentos maiores não deixaram uma quantidade significativamente maior de comida em seus pratos em comparação com os que optaram por acompanhamentos menores.
Dan Ariely, autor sênior do estudo e professor de psicologia da universidade, comparou esse plano de dieta à estratégia de Ulisses na passagem da obra Odisseia, de Homero, em que os marujos o amarram ao mastro para que ele consiga resistir ao chamado das sereias.
"As pessoas querem realizar uma ação que limite a sua liberdade, mas que, em essência, melhore o seu bem-estar a longo prazo", disse ele. "Pensaremos em mais locais nos quais poderíamos oferecer essas opções", afirmou.
O estudo foi publicado na edição de fevereiro do periódico Health Affairs.
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