Quer trabalhar o corpo ou meditar? Escolha o estilo de ioga ideal para você
Quem já pensou em procurar um curso de ioga provavelmente teve dúvidas de por onde começar. Embora qualquer linha de ioga tenha em vista benefícios semelhantes, uma aula de Hatha Yoga tradicional pode ter pouco a ver com o vigoroso Vinyasa-Ashtanga ou o preciso Iyengar.
Além da profusão de estilos anunciados em academias e escolas especializadas, outro aspecto que pode causar certa confusão é a quantidade de práticas associadas à ioga – exercício físico, exercícios respiratórios, técnicas de relaxamento, entoação de mantras, meditação e até vegetarianismo. E até o termo gera controvérsias: a gramática portuguesa chama a atividade de "a ioga", enquanto os profissionais só aceitam "o yoga", no masculino e com "ô" fechado.
“Yoga é uma filosofia, não uma modalidade de exercício”, define Anderson Allegro, professor de Power Yoga e presidente da Associação Aliança do Yoga, que regulamenta o treinamento de professores em diversos estilos. “A atividade física é uma parte da filosofia, que visa a ampliar a consciência pessoal”.
“O Ocidente assimilou muito bem uma parte do yoga, a que trabalha com o corpo”, explica Sandro Bosco, professor de ioga e meditação que mantém o blog do Yogue no UOL. O tipo de ioga que se concentra na execução de posturas (asanas) e exercícios de respiração (pranayamas) é genericamente chamado de Hatha Yoga.
A atividade (a palavra yoga que quer dizer união, essencialmente entre corpo, mente e espírito), pode ainda ser praticada de outras formas – por exemplo, por meio da religiosidade, do estudo ou do trabalho desinteressado. “Na Índia é muito forte o yoga devocional, já que está no dia-a-dia de muitas pessoas há milhares de anos. No Ocidente de hoje em dia, o que mais motiva as pessoas é o caminho do bem-estar físico, até para aliviar os problemas que decorrem do estresse”, diz Sandro.
Para o diretor da Associação Brasileira de Profissionais do Yoga (ABPY), Alexandre dos Santos, quase a totalidade do que se pratica hoje no Brasil é uma forma do Hatha Yoga. O que muda é o método de ensino dos asanas e pranayamas. “Diversos mestres desenvolveram bons métodos, baseados nos fundamentos do Hatha Yoga tradicional, mas variando no ritmo dos exercícios e na montagem da aula”, diz. “Todos vão levar a uma expansão da consciência, uma concentração e determinação que fazem diferença em todas as áreas da vida. Quem pratica yoga aprende a viver no presente, a estar sempre aqui e agora. Assim se produz muito e sem desgaste, ficando inteirão”.
A professora Anna Lu, membro da Associação Brasileira de Iyengar Yoga, também acredita no poder da consciência corporal. “O bem-estar físico está relacionado a um estado geral de equilíbrio. Tanto é que quem começa a praticar yoga naturalmente tende a parar de fumar, comer melhor e criar uma rotina de sono mais saudável”.
Além do aprendizado de posturas e técnicas de respiração, relaxamento e meditação fazem parte de qualquer instrução em ioga, mas com técnicas e ênfases diferentes. “Muitas aulas de Ashtanga Yoga são praticamente aulas de asanas, não têm um período para meditação ou relaxamento conduzido. Já numa aula de Hatha Yoga tradicional, o tempo é bem dividido entre a prática de asanas, pranayamas (exercício de respiração), entoação de mantras, meditação, relaxamento”, compara Anderson, da Aliança do Yoga. “Se a pessoa gosta de movimento, de uma aula mais dinâmica, pode ser que se sinta deslocada numa aula de Hatha Yoga tradicional. Pode começar pelo Power Yoga”.
Outras linhas
Além das muitas técnicas de Hatha Yoga que se popularizaram no mundo moderno, outras grandes linhas ou sistemas de yoga propõe práticas bem diferentes para se chegar ao controle da mente. “O yoga funciona quando você conhece sua mente. Esse estado de clareza mental pode ser atingido de várias formas”, explica Bosco.
Entres os sistemas de ioga mais conhecidos, além do Hatha Yoga, a linha que prioriza os exercícios físicos, Santos lembra os tipos que priorizam as práticas devocionais (Bhakti Yoga, popularizado no Ocidente pelo movimento Hare Krishna), a meditação (Raja Yoga), a doação ou ação desinteressada (Karma Yoga) e o estudo da filosofia ou dos textos sagrados (Jnana Yoga) . “São formas diferentes de se chegar ao mesmo lugar”, explica ele. Pela tradição, cada pessoa adota o caminho rumo ao autoconhecimento que é mais compatível com a sua personalidade.
Não só o temperamento do aluno que conta, mas também o preparo físico da pessoa e seu interesse específico na ioga e o simples relacionamento com o professor. Unanimidade entre os estilos é sentir-se bem durante prática. “O melhor mesmo é a pessoa experimentar alguns estilos e ver onde ela se sente melhor. Na maioria das vezes, é possível marcar uma aula grátis para conhecer a escola”, recomenda Anderson Allegro.
Conheça a seguir as linhas de ioga mais comuns no Brasil e escolha a sua aula.
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