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20% das pessoas curadas da covid-19 não desenvolvem imunidade, diz estudo

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Imagem: iStock

31/08/2021 09h23

Cerca de 20% das pessoas que superam a covid-19 não desenvolvem imunidade ao vírus causador da doença, pois isso só é alcançado se forem produzidos anticorpos contra uma parte específica das espículas que permite aderir às células que infecta, de acordo com um estudo da Universidade de Medicina de Viena.

Em sua conclusão, publicada na revista "Allergy", os pesquisadores adiantam que em algumas pessoas esse mecanismo não funciona, o que eles acreditam também pode explicar o motivo de não desenvolver proteção contra os tipos de vacinas disponíveis atualmente.

A proteção que evita a infecção apenas se desenvolve se forem produzidos anticorpos contra o "domínio de ligação ao receptor", ou RBD, uma parte de uma espícula viral, a proteína semelhante a uma saliência com a qual o vírus se liga à célula hospedeira.

O grupo de imunologistas e alergistas já tinha observado há um ano que um grupo de pessoas que tinha desenvolvido sintomas leves da doença não era capaz de desenvolver anticorpos protetores contra o vírus SARS-CoV-2.

Os pesquisadores expandiram o estudo com uma técnica que aplica um grande número de antígenos virais a um chip de tamanho microscópico, ao qual peptídeos, um tipo de molécula, também são fixados até que a espícula viral seja coberta.

A reação imunológica que os cientistas esperavam ver nos peptídeos ocorreu apenas contra a espícula intacta e dobrada, mostrando que apenas o RBD dobrado, mas não a desdobrada, produz proteção quando imunizada.

Uma vez que as vacinas genéticas em uso hoje imitam a infecção, é possível que os casos em que as vacinas não funcionem se devam à falta de desenvolvimento de anticorpos contra o RBD dobrado.

Por esse motivo, os autores do estudo exigem que uma vacina baseada em RBD seja desenvolvida para induzir anticorpos específicos para essa parte da espícula.

Uma forma, dizem, de explorar melhor o "calcanhar de Aquiles do vírus", como definido por Rudolf Valenta, um dos diretores do estudo, que lembra que esse ponto de acoplamento SARS-CoV-2 não muda substancialmente em mutações sucessivas.